E o bolo?

Parabéns a você…
Nesta data querida… Muitas felicidades… Muitos anos de vida!!! 
Tá, vai que 22 de abril de 1500, ou seja, há exatos 514 não era assim que se cantava o parabéns a você ou mesmo que não houvesse a dita cuja musiquinha. Está bem que também não havia aquela irritante “feliz aniversário” em ritmo tecno-brega dos tele-carros e disk-mensagens (se é que ainda são usos do hoje).
Tá, vai que em 22 de abril de 1500, quando os lusitanos aportaram, chiando um futuramente popular no mundo das piadas “oh raios” (onomatopeicamente falando ou, no pronunciável ó raiush) vendo aquele bando de gente pelada com cara de curiosa não tinham lá muita certeza de que a “criança se criasse”. 
Pedro Álvares de Cabral, o grande navegador – que segundo contam à boca pequena, veio parar cá por ter errado o caminho para as Índias em função de uma, digamos, “burrice” de seu navegador – não batizou sua descoberta de pronto. Ao longo dos séculos XVI e XVII, ela foi batizada com vários nomes. A disputa sobre como grafar Brasil estendeu-se até o século XX, por incrível que pareça. Aliás, nosso aniversariante de ontem, até hoje tem uma nação que vê o S trocado pelo Z. 
Difícil imaginar outro país com tão grande dificuldade de decidir até mesmo seu próprio nome. Primeiro eram os índios, nativos, a chamá-la Pindorama (antes de 1500), depois Ilha (Terra) de Vera Cruz (1500), Terra de Santa Cruz (1501), Terra Papagalli (1502), Mundus novus (1503), América (1507), Terra do Brasil (1507), Índia Ocidental (1578), Brazil (século XIX), Brasil (século XX).
No idioma indígena era Terra das Palmeiras, a Pindorama. O capitão permaneceu dez dias em terra. Viu gentes estranhas, nem pretas nem brancas, que caminhavam totalmente nuas pelas praias, tinham furos nos beiços em que enfiavam ossos, estavam armadas de arcos e flechas. Viu ainda muitos papagaios e uma terra cheia de palmeiras e outras árvores. Pero Vaz de Caminha afirma em sua carta que mandou ao rei D. Manue, que Cabral inicialmente deu à terra o nome de Terra de Vera Cruz. No mesmo documento, corrige para Ilha de Vera Cruz, indicando a incerteza sobre a geografia da região. Só não houve incerteza quanto a Vera Cruz. Cabral era cavaleiro da Ordem de Cristo, cuja bandeira trazia uma grande cruz. Essa bandeira lhe fora entregue por D. Manuel antes da partida da frota e mais tarde foi içada no mastro da nave principal e colocada ao lado do Evangelho durante a primeira missa celebrada em uma ilhota da nova terra, aquela que a gente aprende na escola do Frei – como era mesmo o nome dele (?) ah Dom Henrique de Coimbra! 
Ôche! Se a criança teve tantos nomes que os confusos habitantes e os recém chegados não conseguiram um acordo, se na Carta do Pero, segundo dizem, já foi para terras lusas o primeiro pedido (corrupto) de “boquinha” para um parente…
Que esperar dos Black blocks (não seria Black blockers?), do Congresso que só ganha dinheiro, dos agentes públicos que enchem os bolsos preocupados com eles próprios e os seus? 
E se tivesse bolo para comemorar com velinhas? Aí, pronto! O PT, governo, socializaria? Seria criada uma Bolsa Bolo? O PSDB, tucano, bradaria com voz lá do fundo que era contra. Dilma, Aécio Neves e Eduardo Campos certamente quereriam lambuzar os beiços de doce. E ainda querem. Mas, em outubro.
Mas e o povo? Teria pão de ló para toda a gente?
E a quem seria servido o primeiro pedaço?
Melhor! Quem serviria?
De qualquer forma, parabéns, brasileiros! Mesmo que alguns se sirvam mais do que outros, infelizmente.

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