PARA MUDAR

O aumento recente da energia elétrica, como se pode constatar, teve uma repercussão muito negativa entre os usuários, apesar de que, na prática, foram poucas às ações concretas de tentativas de reverter essa situação. Não é difícil, contudo, encontrar explicações para essa reação quase que totalmente tranquila: a verdade é que a comunidade em geral sabe que, embora encareça ainda mais o custo de vida principalmente para o já sofrido povo trabalhador, existem sacrifícios que precisam ser feitos, para garantir a qualidade de vida que todos querem e merecem. O desenvolvimento, o crescimento, depende muito mais de atitude e proatividade do que dinheiro ou da simples “boa vontade” do setor público.
Esse tipo de situação demonstra que, efetivamente, o “status quo” só vai mudar ou se transformar quando (e se) as pessoas quiserem. Quando essa lógica for perceptível será possível alcançar os objetivos comuns tão apregoados. O problema central é o cruzar de braços de uma maioria, o criticar permanente de uma significativa parcela da população completada pelo desinteresse completo de outra. Há muitos conceitos, individuais e coletivos, próprios e subjetivos, prontos para serem colocados quando o tema é mudança. A questão está na personalidade de cada um. A maneira como cada um vê a si próprio está intimamente relacionada à noção de personalidade. Consciente ou não, cada um tem uma imagem de si mesmo que influencia tudo o que diz ou faz. São os valores, as crenças, habilidades de lidar com o mundo e os objetivos em mente. Um dos grandes problemas da percepção é a distorção perceptiva, ou seja, ver as pessoas de uma forma bem diferente da que elas são, ou daquela como estas são objetivamente apresentadas. Vale ampliar o comentário desse problema. Quando a distorção se apresenta em relação a tudo. Aí surgem todas as formas de minimizar o trabalho dos outros. Vale de tudo: desde o menosprezo pela qualidade do trabalho realizado até a própria crítica pessoal, visando destruir o que de bom pode estar surgindo simplesmente porque foi outro que fez. Mais ou menos do tipo: “se fulano vai fazer, não vai dar certo”; “cicrano é um baita picareta”; com o óbvio menosprezo da capacidade individual e coletiva. É preciso, afinal, assimilar que a mudança da realidade começa no interno para depois se propagar para o externo. Como no caso do aumento da energia elétrica. Certamente, alguns comentários já relacionaram a alta com eventuais desmandos políticos ou até mesmo corrupção e outros males, mas a grande maioria pensou diferente e reconheceu que a política do “quanto pior, melhor”, só vale quando não atinge direta ou indiretamente a própria população, e isso é difícil de acontecer. A consciência do viver coletivo é que determina a importância da união de esforços, de forças, de visão e de atuação em favor de nós mesmos. A mudança só vai acontecer quando as pessoas enxergarem a realidade como ela é. Mas, antes, elas precisam se enxergar como são, buscando a coletividade como elemento de definição conjunta, criando um elo para a conquista dos objetivos de progresso e desenvolvimento econômico e social.

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