32ª Campereada Internacional pode não ter a participação de CTGs

O movimento tenta impedir que seus filiados participem de eventos em entidades não reconhecidas. Alguns tradicionalistas entendem isso como um abuso de autoridade

Cleber Vieira, presidente da Federação Gaúcha de Laço

Nos últimos dias o Movimento Tradicionalista Gaúcho proibiu que os CTGs filiados participassem da 32ª Campereada Internacional, em Livramento. Isso acontece, segundo o MTG, porque no evento existe uma prova de tiro de laço, realizada pela Federação Gaúcha de Laço, entidade que não é reconhecida pelo movimento.Manoelito Savaris, presidente do Movimento, contou que a proibição de participar de eventos de entidades não filiadas já existe há muito tempo, desde sua fundação. “O conselho diretor, nesse momento apenas reforçou essa norma”, destacou.

O Ministério Público abriu procedimentos para investigar a conduta do MTG. Fernanda Carvalho, promotora responsável pelo caso, destaca que os narradores e juízes de rodeio filiados ao Movimento também foram impedidos de participar do evento. “Não posso precipitar uma avaliação, até porque o MTG ainda não foi ouvido, mas pode estar ocorrendo um extrapolamento das funções competentes a eles”, avaliou.

Sérgio Munhoz, organizador da 32ª Campereada salientou que é necessária à união entre os tradicionalistas. “Nós precisamos conviver, proibindo nós vamos apenas nos dividir”, destacou.

Já Cleber Vieira, presidente da Federação Gaúcha de Laço, avaliou a decisão como abuso de autoridade. “Isto é um abuso de autoridade, um poder de polícia que esta entidade acredita ter, mas não tem. Isto faz com que a gente tome algumas medidas para ajudar os nossos associados”.

Fernanda Carvalho, promotora

Hoje, às 17h30 o Ministério Público se reúne com os representantes das partes envolvidas com o objetivo de ambos chegarem a um acordo.

Na tarde de ontem, Rui Rodrigues, tradicionalista e conselheiro do MTG, divulgou a relação das entidades tradicionalistas de Livramento que são filiadas ao Movimento Tradicionalista Gaúcho. Segundo o regulamento do movimento, estas entidades são oficiais e devem cumprir as regras estabelecidas nos congressos e convenções onde são tratados todos os assuntos relacionados ao tradicionalismo gaúcho. Rui ainda alerta a todos os filiados, que só poderão participar de eventos organizados por entidades também filiadas ao movimento e que sigam principalmente a Carta de Princípios. De acordo com o conselheiro, uma das portarias expedida pelo MTG, após reunião do conselho diretor, órgão máximo do movimento, diz: “as entidades filiadas ao MTG não poderão participar, promover, co-promover, ceder dependências ou de qualquer forma divulgar eventos e atividades da Federação do Laço”. Ele ainda acrescenta que toda e qualquer entidade que não respeitar esta regra, será imediatamente punida pelo movimento.

As entidades santanenses que estão filiadas ao MTG são as seguintes: CTG Fronteira Aberta, CTG Princesa Izabel, CTG Rincão da Carolina, CTG Sinuelo do Caverá, CTG Presilha do Pago, CTG Crioulos da Fronteira, CTG Nascente do Ibirapuitã, DTG Lenço Branco, CTG Estância Velha da Tradição, Grupo Santanense de Cavalgadas, PTG Jaime Caetano, CTG Ponteiros do Rio Grande e ainda a entidade coordenadora do movimento no município, a Associação Tradicionalista de Sant’Ana do Livramento.

 

 

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