Chuvarada causa diversos transtornos

Dom Pedro II: trecho que apresentou o maior problema de trafegabilidade durante, pelo menos, uma hora e meia da manhã de ontem

Em alguns locais foram 30, em outros 40, a média no centro oscilou entre 25 e 60, mas no passo do Mingote foram registrados 100 milímetros de chuva. O amanhecer de terça-feira confirmou uma previsão que vinha se consolidando.

Trabalhadores tiveram que se abrigar no posto desativado ou atravessar o aguaceiro para chegar até seus locais de trabalho

Pouco antes das 6h25 da terça-feira, lufadas de vento puderam ser ouvidas ou sentidas no centro da cidade. Um vento quente, do nordeste, com velocidade pouco superior aos 55 Km/h.

Diferente daquela tempestade de raios que marcou a cidade em 11 de fevereiro – quando às 22h30 ventos e raios atingiram o município e Rivera, depois de sol e calor durante o dia – as temperaturas chegaram a 28 e 30 graus na madrugada e o tempo virou.

A chuva iniciou pontualmente às 6h35 e por 50 minutos manteve a intensidade a ponto de causar vários alagamentos, como na avenida Dom Pedro II, na quadra onde fica a Estação de Tratamento do DAE e o antigo Curralão Municipal.

Foram colocados cavaletes no trecho dessa via que liga a avenida da Saudade com a João Goulart, ainda assim, muitos foram os motoristas que ousaram a travessia. Servidores das secretarias de Obras, Serviços Urbanos e Agricultura tiveram dificuldade para chegar ao trabalho em função do alagamento que perdurou até pouco após às 9h40. Um posto de combustíveis desativado naquela região foi usado por pedestres.

Estragos, conforme relatos do Corpo de Bombeiros, não foram registrados em intensidade, mas vários casos de alagamentos de residências, em locais pontuais, como na Vila Rui Ramos, onde uma viatura da corporação foi chamada para retirar do interior de uma residência na rua Pacífico Ucha, uma senhora, pouco após às 8h30.

Acesso difícil pelas péssimas condições de trafegabilidade da via foi o principal impedimento. Na mesma região, outras narrativas de alagamentos, como no final da rua Rivarol dos Santos Padilha, em que muitos dos moradores tiveram que sair para fora, cedo e fazer valetas ao redor das casas, a fim de prover o escoamento das águas que se acumulavam.

Dom Pedro II: táxi desiste e engata a ré, enquanto moto segue

A meteorologista Estael Sias, da MetSul, durante o programa Jornal da Manhã, da RCC FM, confirmava ontem pela manhã a intensidade de chuvas na Fronteira Oeste e Campanha.

“Depois de uma segunda-feira abafada, tivemos pequenos temporais acompanhados de fortes ventos. Foram registradas rajadas de vento na casa dos 60 km/h. Um ciclone extratropical formado no Uruguai e no norte da Argentina chegou ao Rio Grande do Sul, provocando chuva em cidades da fronteiriças” – disse ela, confirmando o que a Estação Meteorológica da rádio RCC FM/A Plateia apontava nas primeiras horas.

Trafegar com dificuldades e correndo riscos foi a tônica de ontem em várias das vias de Sant’Ana do Livramento

Esta quarta-feira, quando há previsão de nublado e retorno, pelo menos parcial, do sol, será de contabilizar eventuais prejuízos nas residências que ficaram ilhadas ou que foram invadidas pelas águas de córregos, arroios e outros veios de água das imediações. Conde de Porto Alegre, Hugolino Andrade, Pedro Moacir Chalá de Barros, entre várias outras vias da cidade registraram acúmulo de água sob a chuva torrencial.

Algumas residências, em pontos mais baixos, foram atingidas pela cheia, com a água invadindo dependências internas.

Na praça Artigas houve alagamento, acúmulo considerável de água e as bocas de lobo da avenida João Goulart também foram insuficientes para dar vazão à enxurrada. O vento foi superior a 50 Km/h. Na região dos trilhos e na rua Irineu da Silva, 194, no Jardim do Verde- uma descida, também ocorreu alagamento.

Na rua Hugolino Andrade, entre Vasco e Uruguai uma pequena árvore, mais frágil, não resistiu ao vento da primeira hora e caiu.

Na rua João Setembrino da Silva e na rua Sebastião Coelho, completamente distantes uma da outra, novos registros de alagamentos, água empoçada e dificuldade de trafegabilidade inclusive a pé, conforme informações de moradores que se comunicavam com a rádio RCC pela manhã.

Tropeada de vacas leiteiras na região dos Jardins e Rui Ramos

Além da Pacífico Ucha, a Maturno Xavier da Silva também foram ruas – que além do problema de falta de condições de trafegabilidade – registraram problemas com as cheias.

Um dos moradores da Pacífico Ucha, Antônio, morador do local há 22 anos tem problema no pátio de sua residência. “Só drenando a sanga” – disse ele à reportagem.

Na rua Pio Martins Salgado o problema foi o barro, em função das obras de saneamento que estão sendo realizadas na Vila Queirolo, Nova Livramento e adjacências.

Fabio Medeiros relatou que na rua Hugo Alvariza não havia condições de trafegabilidade durante todo o período da chuva intensa até pouco antes das 9h45.

 Na Vila Santa Rosa, relatos apontavam para acumulados de água, formação de barro, em função da inexistência de vazão na via que dá acesso à localidade.

Na região do Armour, no acesso ao Cerro do Armour também ocorreram alagamentos parciais em algumas residências, com graus de prejuízos diferentes conforme narrativas posteriores de alguns dos moradores.

Não houve gravidade no que se refere ao pontilhão que dá acesso à região. No Bairro São Paulo registros de alagamentos, assim como nas imediações do Tajamar e na área mais baixa da rua Waldomiro Bassedas.

Na rua Pércio Pedulcci, pelo menos em um trecho entre os números 584 a 594, volume de água acumulada foi tema de reclamação por parte de moradores. O mesmo foi registrado ao redor da escola Professor Dias e nas principais ruas da Morada da Colina e Parque do Sol.

As partes mais baixas da Morada da Colina e Povinho do Armour também foram prejudicadas em função da dificuldade de trafegabilidade, por causa de buracos e valetas que se transformaram em poças. 

Na região da Aristeu Gomes Costaguta e Silvio Cademartori, no Jardim Europa também ficou impossível de trafegar, pelo menos, por 2 horas, enquanto a chuva se verificava com mais intensidade. A chuva intensa durou pouco mais de 3 horas e meia e, com a redução da sua intensidade, os escoadouros começaram a dar vazão, normalizando a situação.

Outro registro é de que algumas vilas permaneceram algum tempo sem energia elétrica, como a Morada da Colina, porém, sem danos maiores comunicados.

A previsão do tempo para hoje é parcialmente nublado, com sol e temperatura agradável ao longo do dia.

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