Barbosa não vai

Dilma Rousseff, hoje, só perde a eleição para ela mesma. Assim sinalizam as pesquisas, embora ainda falte muito tempo para a eleição. É fato que Eduardo Campos e Aécio Neves não constituem, pelo menos por enquanto, ameaças globais aos números que mesmo com os “furos” do governo, continuam mantendo a preferência para a presidenta.
Na prática, é perceptível. O brasileiro sempre foi adepto do “deixa como está para ver como é que fica”. 
Existem analistas políticos que até a última semana seriam capazes de apostar o salário como o ministro do STF Joaquim Barbosa seria candidato a presidência da República. Necas. Patavina. Barbosa nunca disse que seria, jamais, em tempo algum, comentou que assumiria uma candidatura ao cargo número 1 do Executivo nacional. Assim, o cenário de disputa presidencial está praticamente definido. Entre o “Salve-se quem puder” e o “deixa para mim que eu sou canhoto”. Presidente do Supremo Tribunal Federal, para concorrer a um cargo eletivo, Barbosa, no mínimo, precisaria deixar o tribunal, cumprindo os ritos prévios, como a desincompatibilização da função a qual hoje ocupa.
Informações de alguém próximo ao ministro, que abasteceu redes sociais e portais eletrônicos em praticamente todo o dia de ontem, apontam que Barbosa já havia decido não disputar em 2014. 
Caso contrário, Barbosa precisaria sair do Supremo e ter se filiado a algum partido até o sábado dia 5, quando se completou o prazo de seis meses antes da data de votação, deixando claro que o fato dele não disputar foi recebido com um exalar de ar dos pulmões do governo, uma espécie de “ufa” que põe fim a algo que poderia ter acontecido, temido pelo governo como uma verdadeira guerra. A ausência do presidente do STF põe fim a uma (por muitos brasileiros desejada, diga-se de passagem) candidatura que gerava inquietações e até certo terror no Palácio do Planalto. 
Ninguém arrisca informar onde a popularidade do ministro seria capaz de levá-lo depois de toda a projeção garantida durante o julgamento do Mensalão, o governo tinha certeza que com sua presença na cédula eleitoral seria impossível definir a eleição já no primeiro turno. Ante a ausência do causídico do STF os adversários competitivos se restringem, agora, ao senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e ao agora ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que se desincompatibilizou ontem do cargo.
O ministro optou por manter sua imagem pública em vez de ingressar de pleno no mundo político e tentar uma candidatura ao Planalto, uma vez que caso fosse sua isenção durante o julgamento do Mensalão seria automaticamente questionada, já que deixaria claro, com a candidatura presidencial, que tinha interesses políticos no caso que condenou vários integrantes da cúpula do PT. 
Não concorrendo agora, Joaquim Barbosa poderá se preparar, se for o caso, para uma disputa em 2018 sem ficar exposto a esse tipo de crítica.

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