Da calcinha à Petrobras

Tem algumas defesas que são muito, mas muito difíceis de engolir como verdade. É aquela coisa: não rola! (Como dizem os jovens, atualmente). De fato! 
Dilma Rousseff, segundo recente pesquisa, ganha a eleição facinho. No primeiro turno. Seja por competência dela ou por incompetência da oposição. Pesquisas, entretanto, podem ser revertidas e há muita água para passar debaixo da ponte até a eleição.
Especialmente quando há um natural atrelamento de rolos, picaretagens e falcatruas ligando quem orbita e quem integra o governo, ou mesmo, um ente público poderoso como a Petrobras. Se o mais recente escândalo do país vai respingar em Dilma é difícil dizer agora (afinal, Lula passou anos dizendo que não sabia de nada em relação ao Mensalão do PT e mantém-se crível perante uma boa parte da população).
O fato recente é que a Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, 20, no Rio de Janeiro, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto da Costa, citado na Operação Lava Jato, para desmontar organização criminosa acusada de lavagem de dinheiro no montante de R$ 10 bilhões.
Não é troquinho, não!
É A grana, amigo fronteiriço! Assim mesmo, com letra maiúscula.
Bueno, mas tem outras questões que orbitaram a mídia. Aquela da calcinha, por exemplo. Nelma Mitsue Penasso Kodama, que foi concunhada do ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos (lembram dele, foi condenado na emblemática Operação Anaconda, da PF, deflagrada em outubro de 2003 para combater suposto esquema de venda de sentenças judiais). Pois, vejam, ela foi presa pela Polícia Federal na madrugada de sábado, 15, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando tentava embarcar para Milão, na Itália, com 200 mil euros escondidos sob a roupa. Quase todo o dinheiro estava dentro da calcinha de Nelma, que já estava com a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal.
A piada é que ela só poderia ter sido presa pela operação Lava Jato, pois estava com a calcinha “suja” – é o que circula nas redes sociais. Ao passo que é do brasileiro fazer graça com os fatos do cotidiano, são 6 os estados em que a operação busca combater a lavagem de dinheiro.l
A PF – que continua dando baile, embora queiram tolher dos operativos agentes a perspectiva de realizar seu trabalho, principalmente quando a questão envolva políticos de alto escalão – fez buscas na casa de Paulo Roberto da Costa (que estaria aliado com o doleiro Alberto Youssef, o Naji Nahas do presente) e encontrou, em espécie, US$ 180 mil e cerca de R$ 720 mil. Ele também é investigado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro por irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos, pela estatal brasileira. Costa foi um dos responsáveis por elaborar o contrato da compra da refinaria.
As investigações mostram relações próximas do ex-executivo com o doleiro Alberto Youssef, também preso na operação e condenado no caso Banestado – evasão para o exterior de US$ 30 bilhões, nos anos 1990. Segundo a PF, Youssef teria dado em março de 2013 uma Land Rover a Paulo Roberto da Costa. O ex-diretor afirmou que ganhou o veículo por serviços de consultoria prestados e que não há relação com o cargo então ocupado na estatal. Costa disse ter deixado a Petrobrás em abril de 2012.
Petrobrás, uma estatal. Se Dilma sabia, tinha que ter banido tais elementos da negociação. Se não sabia, precisa melhorar sua Inteligência na área de negócios.
Que mais falta acontecer na terra brasilis?

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