Advogada alega ter sofrido abuso de autoridade policial

Polícia diz que a defensora tentou impedir a revista. Ela, porém, alega ter sido humilhada pelos servidores
da BM

A advogada Giovana Caminha, de 48 anos, foi parar na Delegacia de Pronto Atendimento da Polícia Civil, no início da madrugada da última sexta-feira, 14. Tudo começou em uma residência em frente a sua, na Rua Professor Cesar Avila, onde, segundo ela, por volta das 22h, vizinhos gritaram seu nome. Giovana conta que quando saiu na sacada de sua casa, avistou um veículo preto com pelo menos um indíviduo. Nesse momento, um dos homens teria realizado um disparo de arma de fogo contra a residência vizinha. A proprietária do imóvel atingido, então, teria saído correndo pela rua, pedindo ajuda. “Eu ouvi minha vizinha gritando socorro e chamando pelo meu nome”, relatou.

A advogada conta ter solicitado a presença da Brigada Militar, através da central 190. “Eu liguei e pedi ajuda, falei que tinha alguém em um carro preto efetuado disparos”.

Giovana, porém, relata que cerca de 15 minutos se passaram e nenhuma viatura teria chegado ao local. Em uma nova tentativa de contato com o 190, da Brigada Militar, a advogada relata ter sido informada pela central que o veículo já tinha sido abordado pelos policiais na Rua Francisco Reverbel de Araujo Goes, no sentido centro, para onde, segundo ela, o carro tinha saído em disparada.

 

Chegada da Brigada Militar

De acordo com a advogada, alguns minutos após a segunda ligação, 3 viaturas da Brigada Militar chegaram até o local com mais de 10 homens. Nesse momento, segundo Giovana, ela desceu até a rua para se apresentar e contar o que estava acontecendo para o sargento presente no local, momento em que avistou alguns policiais com arma em punho saindo da residência vizinha.

Acusações

Giovana conta que, ao ver os policiais realizarem uma revista agressiva nos integrantes da família vizinha, se apresentou como advogada da família. “Durante a revista, eles davam ‘tabefes’ nos meninos. Um deles, ainda, quando estava sendo conduzido para a viatura, tropeçou e foi arrastado no chão pelos policiais”, relatou. Giovana conta que quando apresentou a carteira da OAB ao sargento presente no atendimento à ocorrência, ouviu a seguinte frase: “Aqui você não é ninguém”. A advogada conta que insistiu, alegando ter por direito suas prerrogativas, que estava no exercício da profissão e que exigia os seus direitos, quando novamente diz ter ouvido do sargento: “Aqui você é um ‘João Ninguém’”. Nesse momento, ela alega ter recebido voz de prisão e sido encaminhada para dentro de uma das viaturas.

Agora, demonstrando indgnação, Giovana alega ter medo. “Não sei a quem recorrer quando precisar, estou com medo da Brigada Militar. Antes, eu acreditava nesta instituição”, afirmou.

Já na delegacia de Polícia Civil, Giovana conta que a delegada de plantão solicitou a sua soltura. Porém, mesmo assim, um dos policiais civis presentes não teria deixado a advogada sair da DPPA, decretando novamente voz de prisão à advogada. Nesse momento, ela conta que foi amparada por seus colegas da OAB, que presenciaram a discussão.

Testemunha

Um dos advogados que presenciou o ocorrido na delegacia preferiu não se identificar, mas conta que não viu os momentos relatados pela advogada no primeiro momento, porém, na DPPA, houve apenas uma alteração de ânimos entre os profissionais da OAB e os da BM.

Contraponto

Procurada pela reportagem, a Brigada Militar preferiu não se pronunciar oficialmente sobre o assunto, por se tratar de um caso que ainda está em processo de investigação. Porém, na ocorrência registrada pela BM sobre o caso, o sargento conta que as viaturas dirigiram-se até o local pelo chamado da advogada e também porque na residência à frente havia um menor infrator. Quando à prisão, na ocorrência policial, o sargento conta que Giovana tentou impedir a revista do acusado, e disse aos policiais: “Vocês não são ninguém”. A família do menor acusado pela BM também registrou um B.O., onde são relatado os tiros dados pelo motorista do veículo preto e a entrega do projetil da arma .40, à Polícia Civil.

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