Governo enfatiza programa voltado à sanidade de ovinos

Objetivos são o controle, erradicar e prevenir doenças como sarna e piolheira, entre outras 

Secretário Mainardi, ao microfone, falando sobre o programa de sanidade ovina durante evento para produtores do segmento

O Estado do Rio Grande do Sul é o primeiro no País a contar com um programa voltado à sanidade ovina. Na 41ª Exposição de Ovinos Meia Lã, o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, lançou o Programa Estadual da Sanidade Ovina (Proeso). O programa visa ampliar o controle sanitário do rebanho ovino gaúcho e, com isso, ampliar as possibilidades de comercialização.

Fruto da necessidade de atacar enfermidades que comprometem a saúde animal e a comercialização, o programa é piloto no país. Em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi construído, a partir de demanda da Câmara Setorial da Ovinocultura, ao longo de dois anos de debates entre universidade e técnicos da Seapa.

Nesse período, eles estudaram programas sanitários de outros países ovinocultores e doenças de notificações obrigatórias que ainda não faziam parte da legislação estadual.

Entre os objetivos estão controlar, erradicar e prevenir doenças. Num primeiro momento, vai tratar da sarna e “piolheira” e a epididimite ovina.

A epididimite causa declínio na eficiência do sistema de produção por reduzir ou até anular a fertilidade dos carneiros.

Através da Portaria 163/2013, a Seapa colocou o programa em Consulta Pública.

O secretário da Agricultura destacou, no lançamento, que esta é mais uma medida do Governo do Estado inserida no programa de fortalecimento da ovinocultura. “Temos o Mais Ovinos no Campo, que é um sucesso e vem contribuindo para impulsionar o aumento do rebanho, desenvolvemos, em parceria com a Arco e outras entidades, uma série de ações que buscam atualizar o produtor, melhorar a qualidade dos produtos e, com o Proeso, atacamos a questão da sanidade, fundamental para nos habilitar a uma presença mais intensa em outros mercados”, explicou Mainardi.

“Somos o único estado da federação que tem e sempre teve legislações próprias para a sanidade ovina devido à importância histórica dessa espécie para a economia gaúcha. Até o final da década de 80 possuíamos uma população de mais de 13 milhões de ovinos. Com o passar dos anos este número decresceu. A criação dos Mais Ovinos possibilitou a que saíssemos de 3,5 milhões para mais de quatro milhões de animais em dois anos”, afirma Mainardi.

Como funcionará

O Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) certificará estabelecimentos que aderirem e atenderem requisitos sanitários específicos de enfermidades regulamentadas pelo programa. Em princípio, a adesão será voluntária. Um comitê será responsável pelo gerenciamento. Participarão os serviços veterinários oficiais do Estado e da União, instituições de pesquisa e ensino, associações de criadores e setor produtor. 

Histórico da defesa sanitária

Na década de 40, um decreto instituiu a obrigatoriedade do combate à sarna ovina. O documento ajudou a alavancar o trabalho na área de sanidade animal até os dias atuais. Em 1955, no entanto, outro decreto instituiu o combate ao piolho. Nos anos 70, se começou também a combater a hidatidose, parasitose ligada à ovinocultura e outras espécies. As três continuam a fazer parte do programa do Estado. Em meados da década de 2000, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acenou com a possibilidade de implantar o que chamou de Programa de Sanidade Caprina e Ovina (PNSCO), o que acabou não acontecendo. 

Mais Ovinos no Campo

O Rio Grande do Sul possui o maior rebanho de ovinos do país com cerca de quatro milhões de cabeças. Nos anos 80, esse número já foi bem maior: ultrapassava os 13 milhões. De lá pra cá, especialmente nos anos 90 e na primeira década dos 2000, a atividade foi praticamente esquecida em termos de incentivo pelos poderes públicos.

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