Cruz e caldeira

Quando noticiaram que em algumas décadas atrás (fim dos anos 80, início dos 90) as pessoas não utilizariam mais dinheiro em papel-moeda poucos foram os que acreditaram. Aí, começou a era do cartão. O dinheiro de plástico, como preferem alguns. Fácil de transportar, seguro (claro que há controvérsias nesse sentido, mas não existe unanimidade de opinião para prós ou para contras). Do cartão, possibilitou o débito, o crédito e as máquinas eletrônicas (os mais antigos lembram que as maquininhas de cartões era quadradas, se colocava o cartão nela, passava uma placa por cima e ficava a cópia do dito cujo impressa, como um recibo de uso, que deveria ser assinado pelo dono.

Essas novas tecnologias começaram a ser alvos de bandidos. Falsificações passaram a fazer parte do cotidiano. Alterações de valores eram quase corriqueiras, ou seja, para cada tecnologia criada para melhorar a vida, ampliar a segurança, o usuário do dinheiro, outra surgia para ludibriar, furtar, fraudar. Em pleno 2014, uma pesquisa do Serasa indicou que só em janeiro foram registradas 186.549 tentativas de fraude, aquela mais práxis, conhecida como roubo de identidade, em que dados pessoais são usados por criminosos para firmar negócios sob falsidade ideológica ou mesmo obter crédito com a intenção de não honrar os pagamentos. Criaram até um indicador específico para isso (pasme o leitor!). É o Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraudes – Consumidor. Isso representa uma tentativa de fraude a cada 14,4 segundos no país. Em relação ao mês anterior, houve queda de 2,0%, mas alta de 8,2% em relação a janeiro de 2013.

Sua expressão de surpresa ou admiração é pertinente e reflete o que todo cidadão de bem que lê essa informação expressa, sem redundâncias, claro.

Agora, vem os setores em que as fraudes são mais, digamos, efetivas. A telefonia respondeu por 84.310 registros, totalizando 45,2% do total de tentativas de fraude realizadas em janeiro de 2014, alta em relação aos 42,0% registrados pelo setor no mesmo mês de 2013. Já o setor de serviços – que inclui construtoras, imobiliárias, seguradoras e serviços em geral (salões de beleza, pacotes turísticos etc.) – teve 51.517 registros, equivalente a 27,6% do total. No mesmo período no ano passado, este era o setor respondeu por 30,7% das ocorrências.

Aí vem a paulada, para utilizar um linguajar típico de Fronteira. O setor bancário é o terceiro do ranking de registros em janeiro de 2014, com 33.734 tentativas, 18,1% do total. No mesmo período de 2013, o setor respondeu por 17.7% dos casos.

O segmento varejo teve 13.531 mil tentativas de fraude, registrando 7,3% das investidas contra o consumidor em janeiro de 2014, queda em relação aos 7,9% observados em janeiro de 2013. O ranking de tentativas de fraude de janeiro de 2014 é composto ainda por demais segmentos (1,9%).

Veja o leitor que os números são elevados. Veja também que há necessidade de profissionalizar ainda mais as ações de segurança, bem como gerar condições inovadoras para tanto.

Do contrário, é voltar ao bom e velho estilo de outrora. Andar com os pilas nos bolsos.

O pior é que se isso ocorrer há o risco de assalto…

É. Entre a cruz e a caldeira.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.