Turismo…

Quem presta um mínimo de atenção na movimentação diária de turistas na Fronteira entre Rivera-Sant’Ana do Livramento, deve ter percebido as dificuldades enfrentadas pelos visitantes para o necessário desembaraço aduaneiro e/ou alfandegário, isso sem falar na ausência ou, no mínimo, escassez de serviços diversos e comuns na cartilha do turismo receptivo, enfim. É preciso que a comunidade fronteiriça faça uma reflexão profunda sobre os motivos pelos quais não existe uma maior agilidade no recebimento de turistas vindos para o município. Obviamente, deve-se sempre pensar nos pontos negativos, já de conhecimento público e que, inclusive, deveriam ser objeto de um “mea culpa” por parte de cada cidadão. Mas, exatamente porque já são aspectos conhecidos, deve-se afastá-los na hora em que se busca alternativas para o desenvolvimento no setor turístico do município. No entanto, é preciso que as causas dos entraves desse desenvolvimento sejam muito bem esclarecidas. Aspectos como a oferta de produtos fabricados em algum galpão da periferia – ou até do centro – e vendidos em qualquer esquina na divisa, ou a omissão de informações relevantes e necessárias aos turistas brasileiros que vêm em grande número à Fronteira para adquirir em Rivera produtos com padrão internacional de qualidade e que acabam perdendo tudo o que levam porque não receberam informações suficientes sobre os limites tolerados pela legislação e tentam passar pela fiscalização com produtos em valor alguns poucos dólares acima da cota, muitas vezes tranquilizados até mesmo por alguns vendedores mais interessados na venda do que na fidelização do cliente. Ou, ainda, na construção de um ambiente mais “hospitaleiro” na área destinada ao encaminhamento do desembaraço alfandegário legal, que hoje é feito na Delegacia da Polícia Federal…São apenas alguns exemplos de que há muito a ser feito pelo próprio cidadão fronteiriço a título de participação no desenvolvimento e no crescimento que ele mesmo quer para Sant’Ana do Livramento e Rivera. Além disso, o que impede Livramento e Rivera de realizarem eventos conjuntos, explorando sua característica geográfica e principalmente demográfica invejável, agregando com isso maior valor e atraindo turistas? O que impede de Livramento realizar um bom evento mensal, segmentado, também com vistas a fazer circular na cidade cada vez mais dinheiro externo? É preciso valorizar a essência local, com ousadias planejadas, criatividade e ineditismo, mas antes de mais nada, quem deseja vender a imagem da cidade, do ineditismo desta Fronteira seca, precisa dos produtos. E estes somente surgem da organização, ações estratégicas e essencial envolvimento da comunidade, entre vários outros pontos.

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