Ninjas

Tem algumas coisas que fazem com que a gente pense. Raciocine sobre o certo e o errado, o bom e o mau, enfim, a dualidade e as coisas que dela derivam. Pois, agora, em São Paulo, é no braço, uma vez que a Polícia Militar de São Paulo anunciou o reforço de um grupo de 80 a 100 homens treinados em artes marciais, apelidado de Tropa do Braço, para acompanhar o protesto deste sábado na praça da República, região central da capital paulista. 

A expectativa é de que não tenha confusão. É, mais ou menos, reservadas as proporções, como querer que um torcedor fanático do Colorado, vire tiete do Tricolor gaúcho na arquibancada da Arena. Só que as autoridades não percebem assim. Elas entendem que é uma forma de coibir, preventivamente (se é que isso pode ser assim conceituado) qualquer tipo de mascarados.

Mais ou menos como se escalassem um grupo de ninjas para combater cavaleiros de armadura ou o Zorro contra o Cavaleiro Solitário. Máscaras a parte, o dito evento em São Paulo, certamente vai terminar em confusão. Não. Jamais se trataria de fazer apologia ou querer profetizar o caos, muito pelo contrário. E fica aqui o desejo de morder a língua. Ou pelo menos, as pontas dos dedos que digitaram essas frases.

Só pelo nome do evento já dá para ter uma ideia: Não Vai Ter Copa e foi organizado via Facebook, agendado para às 17h e, até esta sexta, tinha mais de 13,3 mil confirmados.

O Brasil vive de guerras injustas nesta conturbada atualidade.

Fica claro que são necessárias reformas sociais e econômicas profundas, pois ninguém aguenta mais falar (e assistir) episódios de violência.

Claro que é mais fácil culpar, sempre, – o que recorrentemente um e outro lado fazem – a imprensa, que está lá para verificar o que acontece.

Os jornalistas receberão coletes de identificação, sem dúvidas, capazes de deter pedras, paus e balas de borracha! Essa é a estratégia adotada pela PM para o protesto de amanhã. E o melhor, essa a distribuição será de coletes de identificação, azuis e com faixas refletivas, para jornalistas. Ou seja, quase como um luminoso a dizer: “estou aqui” ou “estou te filmando”.

Cavacos do ofício.

O fato, entretanto é que se torna necessário separar o joio do trigo. Há os que legitimamente vão fazer valer seus direitos de cidadãos e há os arruaceiros e isso não pode ser colocado em uma vala comum, como vem ocorrendo. Há os que vivem dizendo que apanham da polícia, da mesma forma que existem aqueles que juram que foram os policiais que apanharam. Um estado de coisas, um jogo que não serve a ninguém. Onde não há vencedores, apenas vencidos.

Ou, acaso, não somos nós filhos da mesma Pátria?

Não constituímos a mesma Nação?

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