As classes

Há vários meses, entre os temas de debates nas rodas de conversas, está o poder de consumo do brasileiro e os recursos, entre os quais o crédito, assim como uma série de ponderáveis aspectos variáveis. Se fosse um país, a classe média brasileira seria a 18ª nação do mundo em consumo, segundo estudo divulgado na terça.

As informações estão dispostas nos portais da internet, bem como em vários jornais e blogs e vem sendo objeto das mais variadas interpretações desde ontem. A verdade é que segundo o levantamento, atualmente a classe C brasileira conta com 108 milhões de pessoas que gastaram cerca de R$ 1,17 trilhão em 2013.

O ponto de confirmação é que a classe média movimentou 58% do crédito no Brasil em 2013. O estudo aponta que, para 2014, a classe C pretende consumir 8,5 milhões de viagens nacionais, 6,7 milhões de aparelhos de TV, 4,8 milhões de geladeiras, 4,5 milhões de tablets, 3,9 milhões de smartphones, além de 3 milhões de veículos.

A pesquisa considera classe C as famílias cuja renda per capita (por pessoa) varia de R$ 320 a R$ 1.120. O levantamento dividiu a classe média em quatro grupos: promissores (19%), batalhadores (39%), experientes (26%) e empreendedores (16%).

Aí entra um aspecto muito peculiar. O grupo dos batalhadores é, sem redundância, o mais promissor, efetivamente, pois a tendência destes é de que continuem efetivamente em uma escalada que vai levá-los a outras categorias, mais acima do que a atual.

Em se tratando dessa realidade nacional para o micro-universo local, algumas constatações em âmbito de Fronteira, compreendendo municípios como Quaraí, Livramento, Rosário, etc… – ciente do conservadorismo existente no aspecto empreendedorismo – apontam para existência de capital, aplicado em rendimentos e não, na totalidade em geração de novas rendas e novos consumos; poder aquisitivo da população situado abaixo da média máxima da classe C.

Aí, o levantamento realizado estabelece que os promissores consomem R$ 230,8 bilhões e seus membros são mais propensos em gastar em beleza, veículos, educação, entretenimento, itens para casa e tecnologia. Já os batalhadores consideram o emprego como o caminho para a estabilidade e têm como objetivo a casa própria e o carro. Os experientes têm consumo anual de R$ 274 bilhões e os gastos estão relacionados a turismo nacional, eletroeletrônicos, serviços de saúde, móveis e eletrodomésticos. Já os empreendedores têm consumo anual de R$ 276 bilhões, com investimentos em educação, eletroeletrônicos, turismo internacional, tecnologia, veículos e entretenimento.

De acordo com o levantamento, a classe média está distribuída em todo o País, sendo 48% no Sudeste, 17% no Nordeste, 18% no Sul, 9% no Centro-Oeste e 8% no Norte.

Considerando esses números é compreensível o motivo do não desenvolvimento acelerado no Sul, especialmente a letargia em que se encontra a região de Fronteira no que tange a esse aspecto. Certamente essa pesquisa nacional precisa ser levada em consideração, da mesma forma que é de fundamental importância que os novos levantamentos, mais pontuais, precisam ser realizados, levando em conta, essencialmente, as características próprias da realidade local.

 

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.