editorial 13/02/14

Sabotagem 

Algumas informações e afirmações tem o poder de deixar a pulga atrás da orelha da gente. Uma delas é a que o advogado Jonas Tadeu Nunes – que defende Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, ambos indiciados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade – apontou.

Segundo ele jovens de famílias pobres, como Caio, vêm recebendo R$ 150,00 para participar de cada uma das manifestações realizadas. Ele não especificou quem faz os pagamentos, mas acusou partidos políticos de envolvimento.

Está aí uma coisa que precisa de uma investigação profunda. Cabe lembrar que durante as manifestações de julho de 2013, por exemplo, não teve um, sequer um agente político de qualquer partido que fosse, o qual tenha ido a público para abrir a boca, nem contra, nem a favor. Esse é um dado importante e que merece atenção distinta.

As manifestações são contrárias aos políticos corruptos, ladrões que se locupletam, usam dinheiro público em proveito próprio, estão esperando as benesses dos círculos de poder, usam e concedem favores em troca de favores, enfim, aqueles cujo conceito não está entre o que se consideraria ético e proveitoso na política.

Os protestos populares deixaram claro o descontentamento com esse estado de coisas e o procedimento dos agentes políticos que deveriam ser transformadores positivos da vida dos seres sociais, ou seja, dos cidadãos.

As manifestações apontaram o descontentamento, a inconformidade das pessoas de bem para com a realidade vivenciada, o governo, as coisas erradas, a corrupção e enfim tudo o de nocivo que está inserido no contexto social, desde a demora burocrática ao desvio de verbas.

Não seria de estranhar, segundo a tese que advoga Tadeu Nunes, que algum agente político corrupto e criticado pelos homens e mulheres de bem da coletividade pagasse para que em se infiltrando nas mobilizações, grupos de caras tapadas, esculhambassem com os protestos. Quem protesta por uma causa justa ou por uma nova realidade para todos não precisa esconder o rosto.

Afinal, a quem interessa que os movimentos cessem, sejam odiados pela grande coletividade ou deixem de acontecer da forma pacífica como vinham ocorrendo?

A quem interessa que as manifestações mostrem apenas baderna e não inconformidade social?

A quem interessa?

É – e não se pode deixar de pensar a respeito – uma forma de sabotar, um jeito de impedir que exista credibilidade naquilo que está sendo colocado diante de toda a mídia nacional.

Sabotagem que resulta em morte!

Como ocorreu com o cinegrafista Santiago, da Band, que morreu em serviço…

A quem interessa essa morte?

E poderia ter ocorrido em qualquer lugar do Brasil onde ocorreram protestos.

Inclusive aqui, na Fronteira.

 

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