Segurança para todos

É perfeitamente compreensível a sensação de impotência, de fragilidade, de insegurança que toma conta da população em momentos como o deste domingo, quando vários casos de morte trágica se sucederam desde as primeiras horas da manhã. Começar um domingo que deveria ser de lazer, descanso e principalmente tranquilidade com a notícia do bárbaro assassinato de um jovem policial militar, certamente, tornou ainda mais difícil suportar o sufocante calor que se prolonga na Fronteira da Paz. Ao mesmo tempo, esse crime alerta mais uma vez para o problema da falta de segurança nos locais de grande concentração de público, em especial os bailes e boates. Têm sido comuns, nesses locais, a ocorrência de brigas de proporções preocupantes, principalmente pelo grau de violência e meios utilizados. Há poucos dias, um jovem sofreu uma violenta facada em uma briga ocorrida nas proximidades de um clube social no Registro. Na madrugada de ontem, uma outra briga, que envolveu frequentadores de um clube localizado no centro da cidade, também teria deixado vítimas de esfaqueamento, e ao amanhecer um jovem policial militar é morto com a própria arma ao tentar separar uma briga de jovens, quase garotos ainda, na saída de um outro baile em entidade social. Se é difícil controlar, igualmente deve tornar-se prioridade encontrar formas de evitar que esse tipo de confronto ocorra. Não é dado a ninguém o direito de tergiversar sobre esse assunto, especialmente quem tem o dever de ofício de buscar soluções. Lembre-se, por oportuno, a lamentável e inesquecível tragédia de Santa Maria: hoje, por causa das 248 mortes da boate Kiss, há um ano, o Brasil passa a ter uma legislação muito mais rigorosa com relação às normas de prevenção de incêndio e até de limitação de número de frequentadores de acordo com o tamanho de área. Nesse sentido, pode-se dizer que as mortes de todos aqueles jovens não foram em vão. Esse deve ser também o sentimento que deve nortear ações relacionadas com os crimes e a violência associada a locais que deveriam ser de congraçamento, de interação social, de diversão, de lazer, enfim, na Fronteira da Paz. Se, para tal, tornar-se necessário buscar mudanças na legislação em nível nacional, que se tome as medidas adequadas. Mas, ao mesmo tempo, que não se espere demais pelas ações de parlamentares totalmente sem vínculos com a comunidade fronteiriça. Os problemas são daqui e sentidos aqui, então que se busque alternativas aqui mesmo, quem sabe fazendo uma releitura do Código de Posturas do Município e incorporando, nele, instrumentos mais efetivos de controle do funcionamento de bares, boates, clubes, enfim. Não se trata de prejudicar nenhuma entidade, mas sim de impor regras mais rígidas de comportamento aqueles que as frequentam. Pelo bem e pela segurança deles próprios.

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