PM assassinado ao tentar separar briga de jovens na madrugada

Crime chocou a comunidade e causou profunda indignação entre os colegas do brigadiano

O soldado PM Rogério Correa Alves era conhecido pela camaradagem. Na manhã de ontem, teve a vida violentamente interrompida por dois tiros disparados por um dos jovens envolvidos em uma briga que tentou separar, na avenida Daltro Filho.

O policial militar Rogério Correa Alves, de 29 anos, foi morto com 2 tiros de sua própria arma durante uma briga ocorrida na avenida Daltro Filho, frente ao campus da Urcamp em Sant’Ana do Livramento, na manhã deste domingo. Ao total, oito pessoas foram detidas já nas primeiras horas da manhã por envolvimento no crime, sendo que o suspeito de ter atirado no PM, identificado como Tallis Wilson dos Santos Marques, está internado, sob vigilância da Polícia, no hospital Santa Casa de Misericórdia, onde foi operado em razão de uma fratura no maxilar inferior, ocorrida provavelmente durante a briga.

Informações extraoficiais dão conta de que o policial militar, à paisana, passava de moto pelo local da briga, por volta das 6h15min. De acordo com os relatos, ele avistou que um elemento agredia outros utilizando um capacete. Ele parou o veículo e chamou de seu celular para o número 190, da Brigada Militar, e resolveu intervir na briga na tentativa de separar o grupo. Acabou sendo agredido também e, em determinado momento, um dos participantes da briga conseguiu pegar o revólver dele, um Taurus calibre 38, e disparou dois tiros contra ele. Mesmo após ter sido atingido pelos tiros e estar caído, continuou a ser chutado por alguns dos participantes da briga.

Uma testemunha relatou que o grupo de jovens já havia se envolvido em uma briga no interior de um clube social localizado próximo ao local, durante a madrugada. Após o final do baile, o grupo entrou em confronto mais uma vez. Cerca de 15 pessoas se envolveram na briga. Um dos envolvidos, inclusive, chegou a ser detido durante a madrugada mas, após o registro de Termo Circunstanciado, foi liberado e acabou retornando ao clube.

 

Após a morte do soldado Correa, o grupo, do qual faziam parte dois menores de idade, fugiu em direção à vila Kennedy. Nas proximidades do Cemitério Público Municipal, invadiram o pátio da casa de uma amiga e tentaram pular o muro dos fundos para fugir pelo Cemitério, mas foram detidos por patrulheiros da Brigada Militar que já estavam em seus encalços. Tallis Wilson, apontado pelos demais como sendo o autor dos tiros contra o brigadiano, chegou a tirar a camisa que usava e colocar uma outra, furtada do varal da casa da amiga.

Filho de um conhecido comerciante de Livramento, Rogério Correa Alves era casado com Aline e tinha um filho de 1 ano e 3 meses. Lotado nas baias do 2°RPMon, ele era conhecido pela camaradagem. Adorava as lides tradicionalistas e chegou a integrar a invernada artística do CTG Presilha do Pago. Também integrou a Patrulha Escolar e ministrou palestras para estudantes de escolas locais. Ao amanhecer deste domingo, foi até a padaria de seu pai, Artêmio Braz, na vila Moysés Vianna, e dali seguiu para sua casa, na rua Luana Barsemão, acesso à região da Vigia, próximo ao entroncamento com a BR 158. No caminho, avistou o grupo de jovens brigando e resolveu intervir. Com poucos anos de serviço na Brigada Militar, ele servia em Santa Maria e pediu transferência para Livramento, para ficar perto da família e porque aqui se sentia mais seguro. Seu corpo está sendo velado pelos colegas, familiares e amigos no quartel do 2°RPMon, de onde sairá o féretro às 9 horas desta segunda-feira, para o Cemitério Público Municipal.

Policiais civis e militares atuaram em conjunto para prender suspeitos

Agentes da DPPA e PMs detiveram suspeitos e recuperaram arma do soldado assassinado

O assassinato do PM Rogério Correa Alves provocou grande comoção entre os colegas da Brigada Militar, que se mobilizaram e acompanharam todos os detalhes da identificação e detenção dos suspeitos envolvidos no crime. Tão logo a notícia da morte do brigadiano se espalhou entre os colegas, vários PMs à paisana se dirigiram para o local e, após, para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento-DPPA, à frente da qual permaneceram durante praticamente toda a manhã, enquanto a delegada Giovana Ferreira Muller, com participação efetiva do delegado regional Eduardo Sant’Anna Finn, coordenava os trabalhos de identificação e prisão dos suspeitos do assassinato.

Os dois primeiros suspeitos foram presos poucos minutos após o crime por patrulheiros da própria BM, quando tentavam se esconder na casa de uma amiga na vila Argiles. Após, seguindo indicações dos próprios detidos, PMs e policiais civis saíram em ações integradas para localizar e deter os demais suspeitos de participação no crime. Ao total, oito pessoas chegaram a ser detidas e levadas para a DPPA para prestarem esclarecimentos sobre o fato. 

Prisões em flagrante 

O procedimento se estendeu pelo dia todo. Por volta das 18 horas foi colhido o último depoimento de participante na briga e na agressão que resultou na morte do policial militar. Das oito pessoas detidas inicialmente, quatro tiveram prisão em flagrante decretada pela autoridade policial. Até às 23 horas de ontem, aguardavam o momento do recolhimento para a penitenciária local, acusados de homicídio doloso, Wagner Rafael Saquetti de Souza, de 24 anos, residente na avenida Brasília, Claudio Emerson Gonçalves dos Santos, de 20 anos, residente no Armour, e Diasten dos Santos Marques, de 19 anos, residente na vila Kennedy. O irmão de Diasten, Tallis Wilson Daquiumen dos Santos Marques, de 20 anos, apontado pelos demais como sendo o autor dos disparos que mataram o PM Rogério Correa Alves, foi submetido a uma cirurgia no rosto, já que teve o maxilar inferior quebrado, e continua internado na Santa Casa local, com vigilância de policiais militares, e deverá sair de lá diretamente para a Penitenciária Regional em Livramento.

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