Empresa santanense é referência em reciclagem

Transformando o lixo em matéria-prima, empresa destaca-se por contribuir com o meio ambiente

A empresa de reciclagem e fabricação de matéria-prima e produtos plásticos, Alama Group do Brasil, vem transformando em riqueza um bem que muitas vezes é tratado como inexpressivo, o lixo. Todos os meses retira do meio ambiente toneladas de resíduos poluentes, apostando no controle de qualidade de seus produtos, mantendo todos os controles e licenças expedidos pelos órgãos competentes, como Ibama e Fepam.

Fundada em 1986, na cidade de Canoas, como uma fábrica de plásticos, a Alama Group transferiu-se para Sant’Ana do Livramento no ano de 1999, estabelecendo sua matriz aqui no município. Devido à grande demanda de materiais reciclados e preocupada com os cuidados com o meio ambiente, a partir de 2004 a empresa resolveu entrar no mercado de reciclagem, desenvolvendo toda estrutura voltada para este fim, transformando o lixo captado através da coleta feita por catadores e coleta seletiva própria, em produtos que geram renda para colaboradores e para o município.

Contando com fábricas próprias, a empresa transforma o material coletado em matéria-prima reciclada em PEAD e PEBD, PP, PVC, PET FLAKE, solas de sapato injetadas em PVC, TR e outros. Também realiza a fabricação própria de produtos plásticos, como filmes e sacolas, vasos moles, vasos injetados para plantas, embalagens, dentre outros produtos, tornando-se uma empresa amiga do meio ambiente.

Segundo o presidente do grupo, Daniel Giménez, hoje, a Alama trabalha com todas as classes de plástico, desde polietilenos de baixa e alta densidade, PVC e PET, que são recebidos através de catadores, que são a primeira fonte da empresa. Este material é recebido na sede da empresa, que fica na Rua Saldanha da Gama, 133: “Depois do recebimento, é feita a seleção do material por cor e tipo, sendo enfardadas para diminuir o espaço no depósito e quando se tem a quantidade ideal de acordo com que as máquinas trabalham (linha de processamento de mil quilos/hora) é realizado o processo de lavagem, trituração, aglutinação e granulação. Após, os grãos são enviados para a parte de cima da planta industrial, onde o material é transformado em vasos, garrafas, vasos para plantas ou filmes, da onde são feitas as sacolas de plástico para lixo e supermercados, de diferentes tamanhos e cores”, explica Daniel.

Por mês, a empresa recebe aproximadamente 40 toneladas de garrafas PET, 30 toneladas de polietilenos comuns, 25 toneladas de nylon, 80 toneladas de papelão, 40 toneladas de alumínio, 110 toneladas de sucatas de ferro, lâmpadas fluorescentes, baterias de automóveis, vidros, pneus e lixo eletrônico: “Somos a única empresa santanense que possui todas as licenças para recebimento de baterias 100% nacionais, assim como lâmpadas fluorescentes, às quais damos destino final. Também recebemos sucatas de ferros, e alumínio, que prensamos, embalamos e transportamos até metalúrgicas que se dedicam a esta indústria. Seria muito caro ter o processo com o alumínio em Livramento, devido a ser necessário ter 100 toneladas desse material por dia para manter o forno ligado, o que seria impossível aqui, pela quantidade que recebemos. Para os pneus, vidros e lixo eletrônico, recebemos e damos um destino final, assim como outros tipos de resíduos. Para quem não sabe o que fazer com estes materiais, recebemos gratuitamente e damos um destino final”, ressalta Giménez, que faz a observação de que a cada quilograma de plástico que Alama recicla, é retirado 1.5 quilogramas de Co2 da atmosfera, e para cada quilo de plástico reciclado, deixa-se de extrair 500 gramas de petróleo da natureza.

Contando com 40 funcionários diretos e quase 200 indiretos, que são os catadores, a empresa contribui com a inclusão social dando atenção especial aos catadores em alguma de suas necessidades, auxílio em medicamentos, vestuário e alimentação, ajuda com mini cestas básicas, vale-gás e auxílio médico quando necessário. A empresa preocupa-se integralmente com o meio ambiente, disponibilizando o Ponto de Coleta e reciclagem de lixo eletrônico, que é um dos mais poluentes, e também cuidando e preservando a água, que é o maior bem de Sant’Ana do Livramento, utilizando em todos os processos de fabricação 100% de água reciclada e reutilizada, através de captação no teto da fábrica, transportada até depósitos no piso. Também são utilizados 22 painéis de captação solar no teto da empresa, gerando toda energia elétrica utilizada na planta industrial.

 

De acordo com o projeto da empresa, o próximo passo no sentido de produção de energia será dado com o início da fabricação de Biogás e Biofertilizantes, proveniente dos resíduos da fábrica. Hoje, a empresa possui um aterro sanitário em Quaraí, com planta de triagem, fabricação e industrialização. Também possui sedes em Aceguá, Jaguarão e Chuí, mantendo a matriz 100% santanense, inclusive pensando em investimentos futuros para o município de Sant’Ana do Livramento, onde já faz, desde o dia 1º de março de 2004, a coleta seletiva no centro da cidade, utilizando dois caminhões que recolhem o material deixado pelos catadores, três dias por semana.

 

Mas os investimentos não param por aí. Segundo o presidente Daniel Giménez, a empresa tem grande interesse no lixo do município: “Temos um projeto em desenvolvimento para ficarmos com o lixo santanense. Hoje, é gasto um alto valor para coletar, transbordar e transportar o lixo até aterros de outras cidades. Nós temos um projeto de planta de industrialização do lixo santanense, que diminuirá o valor de transbordo e transporte, diminuindo pela metade o valor que hoje é pago pela Prefeitura”, afirma Daniel.

Atualmente, um projeto semelhante ao que será planejado para Sant’Ana do Livramento já está sendo adotado pela empresa, em conjunto com uma prefeitura de um município gaúcho e em breve será realizado. “Nosso planejamento é ficarmos com o lixo produzido aqui. Quando se fala em lixo, temos que pensar em Alama. Desde a coleta até o destino final. Nós temos um plano futuro de construir uma planta modelo na APA do Ibirapuitã, onde faremos uma planta de industrialização de lixo, favorecendo Sant’Ana do Livramento e o meio ambiente, pois vamos retirar de circulação milhares de toneladas de resíduos poluentes. Peço que as pessoas acreditem nas empresas santanenses e que apoiem este empreendimento, que gera emprego e renda para o município, além de contribuir com as futuras gerações”, finaliza o presidente.

Luís Fernando Martins

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