“A visita irá mostrar aos empresários brasileiros que a Bulgária é um bom lugar para investir”. Georgi Parvanov, presidente da Bulgária, sobre a visita de Dilma Rousseff
MINISTÉRIO DA PESCA
Eis aí um ministério inútil que gasta muito dinheiro dos contribuintes sem resolver a vida miserável dos pescadores artesanais da costa brasileira e sem ter contribuído, por exemplo, para um aumento do consumo nacional de pescado, um alimento saudável para a mesa dos brasileiros.
O Brasil já teve um órgão específico para cuidar do peixe no período em o país estava sob o regime militar. Era a Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (Sudepe) criada em 1962, no governo Jango, e extinta em 1990, no governo Collor. Custava bem menos que o atual ministério e, mesmo assim, a Sudepe acabou com a criação do Ibama, mas a questão pesqueira nacional continuou na mesma situação.
Eis que nesta semana, o Ministério da Pesca sofreu um raio-x e se descobriu que esta pasta ministerial só de aluguel do prédio-sede, em Brasília, consome R$ 7 milhões por ano. Ali, 374 funcionários espalham-se pelos 14 andares do edifício com fachada espelhada.
O interessante é que no prédio em questão o ministro Luis Sérgio (PT) e seus 67 assessores não trabalham no local, preferindo dar expediente no prédio do Ministério da Agricultura para ficarem mais perto do Planalto, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
Nos últimos oito anos (governo Lula) os recursos destinados ao Ministério da Pesca foram de R$ 11 milhões para R$ 803 milhões. “Bem, dirão os pescadores do Brasil, mas tal aumento de recursos contribuiu para o incremento do setor pesqueiro nacional?”
A resposta é negativa. A produção nacional de pescado manteve-se em 990 mil toneladas, mesmo que o Brasil tenha 7.491 km de costa marítima e uma rede fluvial e de lagoas invejável aos olhos do mundo.
No entanto, o Ministério da Pesca para 2011 tem um orçamento de R$ 1, 3 bilhão e uma tarrafa de escândalos a começar pelo seguro-defeso que está sendo pago sem controle e fiscalização. O seguro que deveria proteger os pescadores no período da reprodução de peixes quando a pesca é proibida tornou-se um gerador de fraudes.
Na lista dos beneficiários do seguro-defeso estavam pessoas que nada tem a ver com a atividade pesqueira: mortos, empresários e desempregados. Uma auditoria descobriu irregularidades em mais de 60 mil benefícios em apenas dois anos. De norte a sul espalhou-se a fraude no setor pesqueiro, onde a chamada Bolsa Pesca de um salário mínimo transformou-se em “moeda eleitoral”.
Há quem diga que os escândalos descobertos pelo Ministério Público Federal (que apura as fraudes) são de envergonhar cardumes de robalo.
NÃO É PIADA
Quando existia a Sudepe houve uma grande campanha publicitária do órgão para que o consumo de peixe aumentasse no Brasil por se tratar de um alimento saudável. De fato, a campanha foi um sucesso. O consumo de pescado reagiu positivamente. Para comemorar o êxito, os burocratas da Sudepe fizeram um grande churrasco em Brasília.
COMO SE VÊ….
A política pesqueira no Brasil não é séria, mas dá emprego para muita gente que nunca viu uma vara de pesca pela frente. Talvez esse pessoal não aprecie sequer um pão com sardinha.
DÍVIDA ATUALIZADA
A dívida externa brasileira está sob controle, mas a dívida mobiliária interna (papéis negociáveis do Tesouro Nacional) é preocupante. A previsão é que a mesma feche o ano de 2011 em 2,4 trilhões de reais.