Acesso à prevenção

Enquanto o Governo Federal anuncia a chegada de um novo serviço de prevenção para a saúde pública, dentro do Programa Nacional de Imunizações, a comunidade santanense ainda se ressente de um item básico e extremamente simples em sua infraestrutura urbana: a disposição de estabelecimentos onde buscar, na hora que for necessário, os medicamentos que precisar para o tratamento de uma doença. Apesar de possuir um número significativo de farmácias concentradas no centro da cidade, não funciona nenhum tipo de plantão formalizado pelo Poder Público para atender à comunidade. Há alguns anos, através de legislação amplamente discutida e aprovada pela Câmara Municipal, o Executivo instituiu e fez funcionar um rodízio entre os estabelecimentos licenciados no município. Com o passar dos anos, esse rodízio foi suspenso e, atualmente, apenas uma farmácia presta atendimento à população após determinado horário – e geralmente provocando a formação de filas, o que comprova a demanda do serviço. Essa situação obviamente corre na contramão do entendimento do gestor público quanto à importância da prevenção das doenças. Para isso, tanto o Governo Federal, quanto a esfera estadual e, como se vê atualmente, a Administração Municipal – que abriu concurso para seleção de técnicos e profissionais para a formação de equipes de Estratégia de Saúde da Família – investem na instituição de políticas públicas visando desafogar hospitais e postos de atendimento de urgência. E não são poucas as ações, a exemplo da recente ampliação do Calendário Nacional de Vacinação para introdução da vacina quadrivalente contra o papilomavírus humano-HPV. Está bem claro na justificativa oficial: a vacinação, conjuntamente com as atuais ações para o rastreamento do câncer do útero, possibilitará, nas próximas décadas, prevenir a doença, que representa, hoje, a segunda principal causa de morte por neoplasias entre mulheres no Brasil”. O Governo vai oferecer a vacina contra o HPV para meninas de 11 a 13 anos, nas escolas públicas e privadas da cidade e de todo o País. Isso é prevenção, ainda que muitos pais possam considerar afronta dada à condição de pré-adolescente representada por essa faixa etária. Mas, como diz o ditado, sempre é melhor prevenir do que remediar. Ao mesmo tempo, resta evidente a necessidade de uma releitura sobre a disponibilidade do serviço de farmácias em Livramento. Trata-se de uma fronteira com uma população fixa de 150 mil pessoas, sem falar no grande número de visitantes que circula por aqui – e usa os serviços disponíveis na estrutura urbana. Fala-se em prevenção e até se investe nisso, mas também é preciso garantir as formas de acesso aos instrumentos criados ou disponíveis.

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