Diferenças de valores nas contas de água geram reclamações dos usuários

Em uma situação, o aumento em relação ao mês anterior chegou a atingir mais de 1800%

Uma possibilidade: medidor pode acusar passagem de ar, quando faltou água, fazendo relógio girar e provocando o problema


Ema Costa foi até a autarquia reclamar do valor de sua conta.

Os santanenses que perceberem valores excessivos nas taxas de suas contas de água devem procurar o Departamento de Água e Esgotos-DAE. A orientação se dá em função de pelo menos duas situações de usuários que verificaram o aumento da taxa a ser paga na fatura de janeiro – referente ao consumo de dezembro (período em que se registrou o colapso de desabastecimento de água potável na cidade).

Uma usuária, cujo nome será preservado, moradora com sua filha, na rua Fernando Machado – a cerca de 2 quadras da sede da autarquia – constatou um incremento de mais de R$ 1.000,00. Outra, que foi pessoalmente à sede da autarquia na segunda-feira, reclamou com veemência.

O Departamento informou que mediante o comparecimento do cidadão que não está de acordo com o valor cobrado, analisa caso a caso, segundo orientação de sua diretoria.

“Na frente da minha casa, há um vazamento há algum tempo, o DAE já foi lá e existe um buraco há vários dias” – reclamou a usuária Ema Rodrigues Costa, que foi até a sede da autarquia, na rua Moysés Vianna, na última terça-feira, no fim da manhã, reclamar do valor cobrado em sua fatura de serviço. Ela reiteradamente repetiu que não poderia ter gasto tanto de água. “Eu não tenho condições de pagar esse valor. Tenho certeza de que eu não gastei tudo isso de água” – disse Ema Rodrigues Costa, moradora da Rua Dr. Vieira da Cunha, bairro centro, que recebeu a conta de água no valor de R$ 98,59.

Conta foi de R$ 98,59, quando o normal, segundo ela, é menos da metade disso

 

A conta de maior valor

Em outra conta, cuja média de leitura em 12 meses é de 2,73 m³, há vários dados que sugerem que houve problemas. A data de leitura é de 28/10/2013, com leitura anterior fixada em zero; período de consumo de 27/09/2013 a 28/10/2013. A taxa de água é de R$ 34,12 e a taxa excedente de água é de R$ 591,60 e a taxa de esgoto é de R$ 438,58. A mesma conta refere que o consumo nos meses de agosto, setembro e outubro foi de 2 m³ em cada mês e dezembro aparece zerado.

O valor dessa conta é de R$ 1.096,63 e o consumo atingiu 160 m³. Há também uma taxa de religação do ramal descrita na especificação do serviço. Em dezembro, ela fez o pagamento no valor de R$ 57,00 – ou seja, o aumento verificado em relação a dezembro foi de cerca de 1820%. A usuária foi até a autarquia ontem e fez a reclamação, tendo recebido uma nova fatura, no valor de R$ 70,00.

A usuária CF – que preferiu ter preservada sua identidade, moradora da rua Antonio Irulegui, Armour – mostrou à reportagem as contas dos últimos dois meses e, ainda, a conta do mesmo período no ano passado. A diferença é impressionante: 280% aproximadamente. CF narrou que no mês de dezembro, depois do dia 20, a falta de água em sua região foi agravada, pois todos os dias o abastecimento era interrompido por volta de 8h e só era restabelecido por volta de 1h da madrugada. Ela recebeu uma conta de R$ 228,68 para pagamento em 24 de janeiro. Os valores pagos nos meses antecedentes ao colapso foram em torno de R$ 52,00 a R$ 68,00.

Conta de novembro de 2013


Conta de dezembro de 2013


Conta de janeiro do ano passado


A posição do DAE

Horacio D’ávila Rodrigues, diretor presidente da autarquia: sem desconto

Os usuários que discordarem dos valores devem se dirigir até o Departamento, segundo deixou claro o diretor-presidente Horácio D’ávila Rodriguez. Durante entrevista ao programa Jornal da Manhã, da RCC FM, ele deixou claro alguns pontos.

O primeiro é que não haverá qualquer redução ou desconto nas contas de janeiro para aqueles usuários do serviço do DAE que foram prejudicados durante o colapso no abastecimento no período de festas de Natal e Réveillon.

O segundo é que cada caso que registre alterações nos valores a pagar das contas será analisado individualmente pela autarquia.

“Recomendamos que se dirijam à autarquia, e evidenciem que na conta de água há um excesso para solucionarmos a questão pontual, caso a caso” – disse o diretor. “Não existe nenhum tipo de possibilidade de desconto, até porque nós temos taxa de água. Além disso, temos que observar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que nos impede de renunciar receita. É uma questão de legislação, de normas e está dentro dos estatutos do DAE e temos que observar” – confirmou.

“A pessoa entra com um processo e nossos técnicos vão dizer qual é o tipo de situação. Se foi ar na rede ou outro motivo que causou o excesso” – conclui.

 

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