O custo do vício

Para os usuários ele é um companheiro, para os não usuários um transtorno. Quem usa afirma que se trata de um companheiro, quem não faz uso o indica como carrasco. Nos anos de antanho, antes que as pesquisas cientificas comprovassem sua nocividade, ele era moda, charme, glamour. Era bonito, bem visto e até elegante seu uso. Estava nas mãos dos heróis dos “filmes de mocinho”, nos lábios de estrelas de cinema, depois, de TV. Sua adoção por parte da comunidade era estimulado pelos vários meios de comunicação com propagandas que o atrelavam ao sucesso, ao lúdico, ao esporte, à velocidade, à vontade de vencer e de viver. 

Nada mais do que a antítese do que a Ciência médica comprovou.

Depois que o cowboy da terra de Marlboro morreu de câncer, o cigarro passou a ser demonizado, como malefício que é. Há certos exageros, entretanto, pois acabam demonizando também os fumantes, em vez de estimulá-los a parar.

Na prática, tanto quanto a questão de saúde, o caminho para parar de fumar é o bolso.

Basta colocar na ponta do lápis o que o cidadão gasta com o vício. Considere-se o exemplo convencional, simples, de um maço ou carteira de cigarros que custe R$5,00. Aí a pessoa raciocina: “ah, mas é ‘cinco pila’ só”. Não é bem assim como se verifica. O fumante que consome 40 cigarros por dia tem um custo de R$ 10,00 diários, ou seja, R$ 300,00 por mês, o que equivale, por ano, multiplicando-se por 12 meses, a R$3.600,00. Esse é o custo anual de duas carteiras de cigarros por dia. Vale lembrar que há quem fume mais, chegando a 50, 60 cigarros diários.

Basta fazer um cálculo simples. Caderneta de poupança, cujo rendimento médio mensal é inferior a 1%. Partindo do pressuposto que seja depositado o valor de R$ 3.600,00 e durante por dez anos seja mantido o valor em uma aplicação com rendimento de 0,6% mensais. O cálculo é de zero a 10 e não precisa colocar os percentuais de inflação. Economizando o valor diário de dois maços ou carteiras de cigarros, o ex-fumante conseguirá, mantendo essa aplicação a quantia de R$ 52.500,90 em 10 anos. Se permanecer com o mesmo índice de correção, imutável, ao fim de três décadas atingirá R$ 380.767,63.

Isso é matemática.

Certamente é um valor que, a exemplo de qualquer outro, não é suficiente para compensar a morte por câncer, infarto, derrame.

Note que deixando de fumar, aqui em Livramento, o cidadão em 10 anos compra uma casa de porte pequeno! Adquire um veículo ou, dependendo do caso, até dois carros populares à vista!

Se a informação de que fumar prejudica a saúde não convence ou não é suficiente para que a pessoa pare, fica a comprovação econômico-financeira de que é pejorativo o ato para o indivíduo e para seus familiares que, mesmo não fumando, acabam contaminados – como fumantes passivos, aspiradores da fumaça tóxica “por tabela”, como se diz na gíria -.

Não deve ser este Editorial entendido como um libelo contra os fumantes. Não, eles tem o pleno direito do uso ao cigarro conforme seu livre arbítrio, mas há de se convir que o prejuízo econômico individual é, efetiva, matematicamente real.

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