A designação do Batuva

O parque turístico municipal Lago do Batuva, assim convencionado em função de um projeto que o estabeleceu como tal no início dos anos 1990, quando o falecido vereador Nico Milan (que, naquele então foi apelidado Nico Batuva) nunca teve, de quaisquer das administrações municipais ou da iniciativa privada, desde a desapropriação da área, a possibilidade de construção da infraestrutura sonhada para o local.
Sempre faltou dinheiro e nunca houve as condições necessárias para a atração de capital suficiente para custear essa necessidade, diante de uma lógica: sempre foi exaltado o potencial do Batuva, porém, nunca foi estabelecida uma condição de venda dessa ideia para quem efetivamente tivesse condições de investir, desde que, entretanto, não exista prejuízo para a comunidade ou para o município.
Todas essas constatações retratam o contexto, junto com o período histórico de contestação judicial dos valores da desapropriação e, posterior pagamento dos valores estabelecidos em juízo aos proprietários – quitação essa concluída recém no segundo governo de Wainer Machado, há pouco menos de dois anos.
Mas, independente de qualquer realidade posta, diante desse contexto histórico das últimas décadas, a população de Sant’Ana do Livramento – e mesmo muitos uruguaios – adotou e se apropriou do Batuva enquanto local de concentração turística, seja para a realização de eventos; seja para o uso convencional, o de balneário, ou mesmo, para as caminhadas, o chimarrão do fim de tarde de verão – ou, ainda, no inverno.
O fato é que a falta de estrutura nunca foi impeditivo para o usufruto daquela área para as mais diversas atividades. Assim como a falta de sombra, ou os mosquitos – temas de constantes reclamações dos usuários, mas, ainda assim, não consistindo em restrições ao uso – há que se consentir que o Batuva enquanto balneário, mesmo não tendo a organização, a série de atrativos que poderia – pois isso depende exclusivamente de dinheiro, muito dinheiro – lota a cada fim de semana, gerando a necessidade de cautela redobrada no trânsito, naquela área e circunvizinhança.
Batuva, legitimamente, pende de alguma criatividade para marcar sua ampliação enquanto parque, enquanto – efetiva e principalmente – turístico, mas é municipal, dos munícipes. Local de referência para o cidadão simples e que, no futuro, quem sabe, alcance as outras duas condições que estão explícitas em seu nome.

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