De generais e batalhas

Pausa para a releitura de alguma lição de história neste “inicio de fim de ano” na fronteiriça Sant’Ana.
Em meio às guerras, algumas frases sem sentido são pronunciadas ou, pelo menos, são atribuidas a quem protagoniza e também a quem tenta ser protagonista. Ontem, uma delas repicava em algumas redes sociais: “general não recebe recruta”. Improcedente. Independente de quem a tenha pronunciado. As guerras, entretanto, não celebrizam generais, salvo pelas raras excpecionalidades de seus desempenhos e, justamente, pela capacidade de, relacionando-se com seus recrutas, soldados, especialistas, cabos e demais praças, bem como oficiais intermediários e superiores, vencer as batalhas.
A história bélica fala de alguns generais. No panteão dos famosos, está o gabrielense – que depois tornou-se marechal: João Batista Mascarenhas de Moraes o comandante da Força Expedicionária Brasileira, na Segunda Guerra Mundial durante a Campanha da Itália, entre 1944 e 1945. “Eu os levei para o sacrifício, cabe-me trazê-los de volta” – disse Mascarenhas de Moraes, aos pracinhas, naquele então. Talvez por causa disso os brasileiros pelearam com tamanha gana a ponto de obterem, até hoje, o reconhecimento do mundo.
O célebre norte-americano, polêmico, George Patton, entendia que: “Nunca diga às pessoas como fazer as coisas. Diga-lhes o que deve ser feito e elas surpreenderão você com sua engenhosidade”.
Dwigtht Eisenhower, general na II Guerra e depois presidente norte-americano definiu: “antes da batalha, o planejamento é tudo; assim que começa o tiroteio, os planos são inuteis”.
Erwin Rommel, general alemão que foi celebrizado como A Raposa do Deserto, estabelece: “A questão, muitas vezes, não está em saber qual é o comandante mais dotado intelectualmente, mas sim qual conhece melhor o campo de batalha”.
Outro general, inglês Bernard Montgomery, pensou assim: “Nenhum líder, por maior que seja, pode seguir liderando por muito tempo, a não ser que conquiste vitórias.”
Antes deles, Sun Tzu, o chinês cujos pensamentos viraram bíblia para muitos executivos, dizia: “Aquele general que se empenha a resolver as dificuldades resolve-as antes que elas surjam. Aquele que se ultrapassa a vencer os inimigos triunfa antes que as suas ameaças se concretizem”.
Muitos outros generais, ao longo da História, poderiam ser citados em diversos países do mundo. Alexandre, o Grande; o romando Marco Aurélio.
Entretanto, há um que a história condenou, por um motivo muito lógico – e, segundo alguns historiadores, muito procedente. O nome é, talvez, pouco conhecido, mas gerou uma expressão que até hoje é utilizada. Marco Licínio Crasso viveu de 115 a 53 a.C. e foi um patrício, general e político romano do fim da República Romana.
Dinheiro ele tinha, mas não tinha vitórias militares, coisa que ele tanto queria. Foi por isso que caminhou para sua batalha mais lendária contra os Partos, a Batalha de Carras, a pior derrota dos romanos de todos os tempos.
Essa derrota levou a morte de Crasso e de muitos outros romanos, além de gerar a expressão hoje popular, “erro Crasso”. Como tinha superioridade numérica, Crasso não se importou com táticas militares e simplesmente atacou os partos, cortando caminho por um vale de pouca visibilidade. As saídas do vale haviam sido ocupadas pelos partos e o exército romano foi dizimado – uma burrice que ficou pra história.

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