Após três meses de atuação, Sala Lilás apresenta primeiro balanço

Índice de agressores jovens, entre 16 a 35 anos, é o destaque até o momento, em levantamento preliminar 

Um espaço inaugurado recentemente, dentro do Instituto Geral de Perícias, começa a traçar o primeiro mapa da violência doméstica em Sant’Ana do Livramento, através do atendimento direto às vítimas. Trata-se da Sala Lilás, coordenada pela assistente social Eleonora Machado Gonçalves (foto), que está realizando um trabalho estatístico com previsão de conclusão para março de 2014, com dados que poderão ajudar ainda mais nas ações ao combate da violência contra a mulher. “O Instituto Geral de Perícia na cidade contribui de maneira efetiva para o enfrentamento à violência contra a mulher e familiar. Através da Sala Lilás, procura-se dar um atendimento diferenciado, neste momento de fragilidade, à vítima de violência doméstica, bem como um adequado encaminhamento à rede estruturada de atendimento às mulheres vítimas de violência. Destacamos que a denúncia é importante, pois só assim o poder público poderá atuar com eficácia. Existe uma interligação entre Segurança Pública, através da Polícia Civil, Brigada Militar, IGP, com a Justiça, Centro de Referência da Mulher e Secretaria de Saúde”, destacou Eleonora.

A Sala Lilás, inaugurada oficialmente em outubro deste ano, vem atuando diariamente nos casos onde há necessidade de perícia por lesões corporais e morais, através de um médico perito e de uma assistente social para um acolhimento diferenciado. “Uma escuta profissional, neste momento tão difícil, para a vítima, que sente-se vulnerável e desprotegida. Nesta lacuna, temos o propósito de intervir. Destaca-se que o agressor, em sua maioria, é alguém confiável, ou seja, está no convívio familiar. Nosso maior índice é de agressores jovens, entre 16 e 35 anos, na sua maioria desempregado. Outro dado neste perfil do agressor é estar sob efeito de álcool ou drogas. Apesar de nossos indicadores serem precoces, pelos nossos três meses de atendimento efetivo na Sala Lilás, concluímos que temos que melhorar como mulher, como cidadã e isso começa pela denúncia”, disse Eleonora.

O serviço aplicado na Sala Lilás é um dos trabalhos realizados em rede, com a proposta de enfrentamento eficiente na coordenação das políticas públicas na defesa e atendimento às mulheres vitímas de violência doméstica e familiar. “Mulheres estas, que continuam sendo alvo de agressores, notadamente por aqueles que deveriam ser os primeiros a protegê-las, como familiares, namorados, cônjuges. A Sala Lilás, no IGP, através desse atendimento inicial tão delicado, contribui com um conjunto de medidas protetivas. Este serviço pioneiro tem se mostrado efetivo e com retornos surpreendentes. Não dá mais para conviver com uma realidade em que a agressão doméstica acaba por neutralizar a eficácia dos direitos fundamentais das mulheres, pois atentam contra a dignidade humana”, concluiu a coordenadora.

 

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