Teoria

Jânio Chipollino volta ao DAE com a missão de solucionar. Fazer o que não foi feito até agora: prover a normalidade diária, sem interrupções, na prestação do serviço de abastecimento de água na cidade. Isso não é pouca coisa. Experiente e conhecedor dos recursos humanos, das possibilidades, foi chamado pelo prefeito Glauber Lima. O mandatário, durante eleição em seu partido, referindo-se ao atual diretor da autarquia, Horácio Dávila Rodriguez chegou a afirmar: “desde o início do ano, querem derrubar esse cristão”…
A frase, em si, ou mesmo no contexto em que foi pronunciada, parece remeter àquelas teorias da conspiração que povoam o imaginário popular.
À parte a percepção ou interpretação do prefeito, a qual é passível de respeito, mas não de concordância, no que se refere aos fatos geradores das críticas das pessoas que permanecem, a cada dia, por maior espaço de tempo sem água em suas residências – ficou comprovada a insustentabilidade da situação atual, pois explicações e – mesmo válidas e aceitáveis – explicações e ponderações, interposições e explanações não satisfazem a necessidade do usuário. Só a água na torneira é capaz disso. Ou na caixa d’ água, o reservatório recomendado pela própria diretoria do DAE. Em que pese seja de recordar que para abastecer a caixa d’água é preciso do líquido, pelo menos por algum tempo.
Houve, indevidamente, a personalização da questão, algo que não condiz com os fatos. As reclamações que espoucaram nas emissoras de rádio ou foram veiculadas deixam muito claro que não há qualquer conspiração para derrubar quem quer que seja, nem o diretor presidente do DAE, muito menos qualquer ocupante de cargo de confiança do governo municipal. A teoria é simples. Cumprir com o dever de ofício: abastecer a cidade com água.
As reclamações são pontuais: a cidadania quer serviço, ou seja, abastecimento normal de água em sua residência, independente de quem seja ou qual o partido, a religião, a condição social e o time de futebol do detentor ou detentores dos cargos. Isso significa que se Chipollino for colorado ou gremista, se é filiado ou não ao partido do governo, à base aliada, para o cidadão não tem a mínima relevância. Ele precisa, sim, aglutinar em torno de si as condições para prover as soluções para os problemas existentes. Função básica de um gestor.
Por mais análises no campo político que possam ser feitas, são descabidas.
Quanto à questão política, é normal – embora contestável por algumas lideranças políticas e discutível do ponto de vista prático – o entendimento de que deva haver a manutenção de função. E assim deve ser compreendido. Mas a questão, há muito, deixou de ser política.
Na prática, se há uma conspiração, talvez seja da rede antiga, dos poços que não recarregam a tempo de distribuir água – ao ponto de fazer com que um cidadão fique sem o precioso líquido em sua casa das 9h de um dia até as 6h de outro. Tempo demais. Talvez a conspiração – em, remotamente, admitindo-se que exista – seja das bombas antigas que pifam ou das explicações que, embora aceitáveis e até pertinentes, não apresentam soluções práticas em um mundo de praticidade, com a individualização do que é razão coletiva, com a conversão do que é institucional, indevidamente, para um campo pessoal que jamais foi mencionado.
Chipollino chega como o nome do DAE. Pega o rojão, o rabo de foguete, a bronca, a bucha, a bomba ou como queiram definir. Ele sabe disso. Vai à função. De fato. Função técnica, de gestão, de arregimentação, de expertise.

 

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