Falta de dignidade

No Brasil de hoje, existe um conjunto enorme de informações sobre fatos que desrespeitam radicalmente a dignidade humana e é importante que a indignação que hoje sente o cidadão brasileiro desencadeie uma ação ética que nos leve a arguir o que podemos fazer para que essa indignidade tenha cabo. Indignação é um sentimento que brota naturalmente, uma espécie de revolta interior diante de algo que parece inaceitável. Pode ser má, egoísta, quando visa apenas a interesses próprios lesados, mas é salutar quando contempla a dignidade de todas as pessoas na sociedade. A palavra “indignação” se refere à dignidade negada ou agredida, com a consequente revolta.

Mas a justa indignação pressupõe capacidade, ou seja, percepção do que é digno para si e para as outras pessoas e requer a cristalização na consciência da dignidade a que cada pessoa humana tem direito.

Quem não tem essa percepção não é capaz de se indignar e, assim, diante de coisas graves, mantém-se passivo. Não tem senso de dignidade. Depende, também, da livre informação, pois é esta que mostra como a dignidade está sendo tratada. As restrições à liberdade de informar e a desinformação ideológica levam ou à passividade ou à indignação injusta. Parece justamente esse o contexto que vem marcando os últimos tempos no Brasil da política corrupta, que vem desde antes, muito antes dos anões do orçamento. Quem se opõe à corrupção e aponta responsáveis na atualidade está sob risco, pois os poderes não gostam de críticas, mesmo quando as manifestações sociais são legítimas.

As manifestações setoriais, pela ética, pela ordem, são importantes porque sugerem a não conformidade com a indignidade apenas quando os fatos atinjam mais de perto cada indivíduo.

Aceitar que tudo fique como está é ofender a própria nação. Ademais, manifestar indignação é também uma forma de mostrar a fé no correto, no crer: o próprio Jesus derrubou as mesas do templo e pegou um chicote para manifestar a sua indignação diante da profanação da casa de oração, que se tinha transformado em uma espelunca de ladrões.

Permanecer passivo e resignado diante do mal e da injustiça não é misericórdia nem mansidão, mas covardia, ou inépcia.

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1 Comentário

  1. platero

    la crisis economica mundial,es proporcional a la codicia de los inversores,que estan ensenando en las universidades?,a violar las leyes espirituales,solo tenian que donar el dinero sobrante a la educacion de los pueblos,se hubiera multiplicado,no era eso que deseaban,

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