Guerra ao javalí

Vem sendo reincidente a conversa a respeito dos prejuízos causados pelos javalis em propriedades rurais que trabalham com pecuária e com agricultura em Livramento e Região. Há mobilização de parte dos produtores rurais, por intermédio de seus sindicatos e da federação, para que providências sejam tomadas a respeito do problema.
A RCC FM, por meio do programa Conversa de Fim de Tarde, ontem, abordou novamente a questão. É sabido o esforço que o Sindicato Rural de Sant’Ana do Livramento vem fazendo, no sentido de despertar a atenção das autoridades públicas, o mesmo valendo para o que a Regional 2 da Farsul desenvolve.
Uma obviedade está posta: para alimentar uma vara de javali, um rebanho de cordeiros. Para alimentar uma população, outra população. Puro exercício de lógica.
Mas o fato é que torna-se imperativo traçar estratégias e ações que iniciem agora, a fim de fazer cessar a proliferação da praga que está atacando o campo. Exótica, a espécie do Sus Scrofa – o javali europeu – é agressiva. Pois os tais javardos, por não terem predador natural, dominam os campos da pampa nesta região, utilizando as porcas domésticas – criadas em escala em boa parte da campanha – para reprodução. Afinal, o porco doméstico (Sus domesticus) evoluiu de um antepassado chamado Sus Scrofa, ou seja, o javali. Esse híbrido resultante, o javaporco, também se asselvaja, integrando as varas resultantes, causando também prejuízos.
Onívoro, o javali pode ultrapassar os 250 quilos de peso e quando está com fome, não desiste até saciá-la, especialmente quando não há resistência da presa.
O javali passa grande parte do dia fuçando a terra em busca de comida e também invade terras cultivadas, consumindo também pequenos animais e outros, como terneiros. Graças a seu peso e força, tem plenas condições de derrubar um terneiro ou novilha para abatê-lo. Reúne-se em grupos matriarcais, normalmente com três a cinco animais, formados pelas fêmeas e suas crias, embora possam ser encontrados grupos superiores a vinte indivíduos. A javalina (ou gironda – a fêmea do javali, quando já madura) dominante é a de maior idade e tamanho e sempre fica um pouco mais afastada do grupo como uma guarda, que normalmente dá sua vida para que o restante fuja.
Para ampliar o debate estará sendo realizado na sexta-feira em Livramento um seminário de debates, a partir das 13h até 17h, envolvendo sindicatos rurais, Farsul, entidades representativas de vários setores e os segmentos públicos, com a finalidade de desenvolver de forma propositiva, alguma perspectiva que possa gerar soluções para o problema. Produtores rurais e técnicos, agentes dos governos – segundo a expectativa, das três esferas no Brasil – e uruguaios estarão conversando francamente sobre a realidade, nas dependências do auditório da Associação Comercial e Iindustrial de Livramento (Acil).
É de fundamental importância que os produtores rurais estejam presentes, narrem seus prejuízos e se tiverem fotos, que as levem para que seja mostrada a realidade de prejuízos constantes que vêm sendo registrados nos últimos anos.
Em que pese a falta de condições – pelas restrições – à caça aberta ao javali, fica evidente a cobrança por efetivas soluções.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.