A politica da reflexão

Existem circunstâncias que fogem ao controle e, espera-se, tomara que hão se configurem as vindouras como tal. Afinal de contas, este ano está chegando ao fim, politicamente há muito mais para refletir do que, propriamente para comemorar, sobretudo no que se refere ao aspecto relacionamento.

Não no que tange às relações institucionais, mas na relação entre os agentes políticos, entre protagonistas que, acima de qualquer bandeira partidária ou mesmo da vaidade ou da soberba por ocupação eventual de uma função transitória e passageira. É no aspecto entendimento entre os seres humanos, antes de mais nada, pois a divergência, o contraditório são salutares na construção do processo de soluções, a partir da base de construção tratar-se do esteio democrático, mediante a exposição de ideias e dos argumentos de cada entendimento, sendo plausível a construção de um processo de relações que permita a compreensão como elemento associativo visando à construção de soluções efetivas que reflitam positivamente na comunidade, independente de posições, bandeiras ou autoria.

Em que pese haver toda uma série de negativas e discordâncias é fato que o clima entre legisladores de oposição e Executivo piora a cada movimento no complicado jogo de xadrez chamado política santanense. Bem diferente do que a comunidade esperava ao apagar das luzes do primeiro ano de legislatura. De lado a lado há acusações de falta de diálogo, e quem perde com tal clima é, de fato, é a comunidade. Mais do que acusações mútuas, existe toda uma série de movimentos que não inspiram qualquer tipo de convergência no entendimento de que a política deve ser efetiva no que se refere a gerar possibilidades e soluções para a comunidade, encaminhando, na prática, o fim dos problemas que ela enfrenta.

Essa é a lógica. O que não é admissível é que representantes de dois poderes parem frente a frente, apontando-se os dedos nos rostos – como ocorreu na manhã de ontem, durante o período final de uma sessão legislativa que não foi realizada. As interrogações surgem e se propagam…

A política, enquanto conceito, se evidencia como uma atividade orientada ideologicamente para a tomada de decisões de um grupo a fim de alcançar determinados objetivos. Também pode ser definida como sendo o exercício do poder para a resolução de um conflito de interesses e, como diria o intérprete Joca Martins: “aí que eu me refiro”. A utilização do termo passou a ser popular no século V a.C., quando Aristóteles desenvolveu a sua obra intitulada precisamente Política. Ou seja, resolver conflitos, não criá-los ou fomentá-los.

A ciência política é a disciplina que estuda estas atividades. Os profissionais desta ciência recebem o título de politólogos, ao passo que as pessoas que ocupam cargos profissionais a cargo do Estado ou aspiram a estes são designadas políticos. Até aí é sabido.

Considera-se que os inícios da política remontam ao neolítico, época em que a sociedade começa a organizar-se num sistema hierárquico e em que certos indivíduos adquirem poder sobre os restantes. Antigamente, o poder simplesmente residia no mais forte ou no mais sábio de um grupo. Os sistemas políticos da antiguidade eram geralmente absolutistas, já que todo o poder era ocupado por uma única pessoa. Na Grécia, também existiam algumas poleis (“polis” no singular) onde era praticada uma democracia parcial e existiam assembleias.

Resgatando isso, fica evidente que os políticos modernos precisam rever seus conceitos, especialmente no que tange a prática, haja vista que o foco é diferente do atual, certamente.

Ainda bem que está chegando o momento do ano que inspira reflexão.

Nunca é tarde para tanto.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.