Retirada da vacinação é debatida em Esteio

Médicos veterinários e técnicos de várias regiões debatem sobre a questão da vacinação contra a febre aftosa, em Esteio

Médicos veterinários discutiram, ontem, na 36° Expointer, durante o II Fórum Internacional: Responsabilidade Técnica e Sanitária na Produção Animal, a retirada da vacinação contra a febre aftosa. O objetivo do evento, realizado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV), é colocar em pauta e ver todos os lados envolvidos nesta possível medida.

Conforme o vice-presidente do CRMV, José Arthur Martins, o encontro serviu para que os palestrantes apresentassem experiências internacionais. No Japão, por exemplo, não há vacinação, mas sim um controle rígido de vigilância sanitária contra a aftosa. Martins ressalta que adotando a medida de retirada da imunização, o trabalho desenvolvido de prevenção seria um controle rígido de bloqueio de possíveis focos, controle de rota e trânsito do animal. “O trabalho seria direcionado para o acompanhamento rígido do animal e da área de criação. Precisamos rapidez e agilidade para o diagnóstico e ação de isolamento de possíveis focos”, afirmou.

Segundo o vice-presidente do CRMV, está mais do que provado que o aumento de profissionais seria mais econômico para a questão. O último foco de aftosa no Estado foi constatado em 2001. Onze mil animais tiveram que ser sacrificados. Segundo Martins, o prejuízo foi em torno de 15 milhões de reais e ainda a perda de confiança do mercado. De acordo com o CRMV, para colocar em prática essa ação seriam necessários mais profissionais. Segundo dados levantados juntamente com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), faltam hoje 220 profissionais para atuar na área.

O evento contou com o veterinário do Ministério da Agricultura do Uruguai, Francisco Muzio. No país vizinho, o tema também está em discussão. Muzio, durante palestra, destacou o rigor que a vigilância sanitária deve ter no controle da doença. “Deve haver um acompanhamento público e privado com boa estrutura nos rebanhos, capacitação de profissionais e integração pública”, explicou.

O uruguaio defende, entre as principais medidas, para o controle da aftosa sem vacinação, a rastreabilidade animal. Segundo ele, este fator é determinante para saber de onde são os animais e aonde vão, com que animais se relacionam e as condições do campo em que vivem. Muzio enfatiza que o processo é uma espécie de cadeia. “É necessário saber o histórico do animal, tanto de vida, como saúde, além da vigilância de outras espécies que vêm de fora do País, controle de barreira sanitária”, concluiu.

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