Possíveis casos de Meningite e H1N1 preocupam Unipampa

A diretora da instituição afirma que os casos não são confirmados e, portanto, não há motivos para pânico 

Prédio da Unipampa, em Sant’Ana do Livramento

Esta semana, uma aluna do curso de Relações Internacionais, da Unipampa, supostamente, foi diagnosticada com Meningite Bacteriana, o tipo mais grave da doença.

Com isto, segundo os médicos que estavam tratando a aluna, todas as pessoas que tiveram contato com ela nos últimos dias deveriam se vacinar imediatamente contra a doença, como forma de prevenção.

Daniela Vanila Nakalski Benetti, professora Adjunta da Unipampa e Diretora do Campus Sant’Ana do Livramento

De acordo com Daniela Vanila Nakalski Benetti, professora Adjunta da Unipampa e Diretora do Campus Sant’Ana do Livramento, a direção só ficou sabendo do caso pelos próprios alunos, os quais se dirigiram até ela e comunicaram que havia a suspeita de uma aluna do campus estar com Meningite. “A aluna já estava internada em um hospital da cidade para tratar de uma possível gripe, devido ao agravamento do quadro, já que ela teve parte do corpo paralisado. Foi então que começaram com outras suspeitas”, declarou Daniela. A aluna estava há vários dias com dor de cabeça, febre e o tom da pele amarelado. Esses foram os primeiros e principais sintomas. “Quando houve a suspeita da doença, o órgão de saúde deveria ter comunicado a Vigilância Sanitária”, frisou a diretora do Campus.

Daniela salientou que na sexta (2), pela manhã, ligou para a instituição que realizou a punção lombar na paciente, para saber o resultado, se era ou não Meningite. Ela foi informada que ainda não havia o resultado do exame, já que a cultura para diagnosticar a bactéria causadora da doença leva três dias para apontar o resultado, portanto, ainda se trata de um caso não confirmado. Em relação aos alunos, já que a diretoria recebeu diversos ofícios pedindo a solicitação aos órgãos de saúde para a disponibilização da vacina contra a doença, o procedimento adotado pela instituição foi encaminhar um e-mail, no qual dizia:

“A título de esclarecimento em relação ao caso de suspeita de Meningite de uma acadêmica do Curso de Relações Internacionais, e de outro caso de Gripe H1N1, a Direção do Campus adotou os seguintes procedimentos:

- Monitoramento dos acadêmicos e servidores que tiveram contato mais próximo com as acadêmicas, em virtude de que a vacinação é preventiva e, neste caso, quem apresentar os sintomas deverá tomar os medicamentos necessários;

- Articulação junto à Secretaria de Saúde e Coordenadoria Epidemiológica para solicitação de uma campanha de vacinação em massa (aplicação de diferentes tipos de vacinas disponíveis no sistema público), especialmente à comunidade discente, em virtude de que recebemos estudantes de várias regiões do país.

Assim que tivermos retorno desta solicitação, comunicaremos toda a comunidade acadêmica.”

Segundo a diretora, a aluna foi transferida para um hospital do Rio de Janeiro, já que ela é moradora da cidade. Um avião do Fundo de Saúde do Exército foi até a cidade de Bagé, para onde a aluna foi levada de ambulância.

Vigilância Sanitária

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, enfermeira Rejane Moraes Rodrigues, diz que o órgão municipal não foi comunicado em tempo hábil, do caso suspeito de Meningite, para que pudesse atuar de forma adequada. Até a tarde de sexta-feira, 2, a vigilância não havia recebido a notificação do agravo que, nesta situação deveria ter sido feita imediatamente pelo Serviço de Saúde em que a paciente está internada. “Tomamos conhecimento do caso no momento em que os estudantes procuraram a sala de vacinas, para realizar a imunização, pois foram orientados equivocadamente a realizar este procedimento”, destacou ela.

Transmissão

De acordo com Rejane, a transmissão da meningite, em geral, é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato íntimo (residentes na mesma casa, pessoas que compartilham o mesmo dormitório ou alojamento e namorado) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente.
Medidas

A coordenadora salientou que as primeiras medidas a serem adotadas nos casos suspeitos são: assistência médica ao paciente e qualidade da assistência e proteção individual e da população. Em relação a este último item, nos casos de doença meningocócica ou meningite por H. Influenza está indicada a quimioprofilaxia do caso e dos contatos íntimos. É importante a vigilância desses contatos por um período mínimo de 10 dias. A droga de escolha para a quimioprofilaxia é a rifampicina, que deve ser administrada em dose adequada e simultaneamente a todos os contatos íntimos, preferencialmente até 48 horas da exposição à fonte, sendo considerados o prazo de infectabilidade e o período de incubação da doença (em média 3 a 4 dias).

Vacinação

A vacinação para bloqueio somente está indicada nas situações em que haja a caracterização de um surto de doença meningocócica, para o qual seja conhecido o sorogrupo responsável e haja vacina eficaz disponível. Essas vacinas somente serão utilizadas a partir da decisão conjunta das três esferas de gestão: Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde, após a comprovação do sorogrupo responsável pelo surto, medida que não se aplica a este caso.

Vigilância

“Entendemos que a falta de informação e de comunicação entre o serviço de saúde e a Vigilância Epidemiológica do município, bem como a prestação de orientações equivocadas, causou ansiedade e pânico entre os alunos e os contatos da paciente”, finalizou a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Rejane Moraes Rodrigues.

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