Setor de máquinas e equipamentos revê otimismo e projeta queda nas vendas em 2013

A indústria de máquinas e equipamentos deve amargar uma queda de 8% nas vendas em 2013 em relação ao já fraco desempenho de 2012, previu nesta quarta-feira a entidade representativa do setor (Abimaq), depois de dados decepcionantes de faturamento em junho. Operando com nível de ociosidade superior a 25% e com a menor carteira de pedidos desde pelo menos 2010, o setor que representa um dos termômetros do investimento industrial brasileiro encerrou junho com queda anual 12,2% no faturamento, no primeiro resultado negativo deste ano. Para a Abimaq, a queda marcou uma inversão de tendência de crescimento e, junto com um fraco movimento até agora em julho, mostra que o cenário otimista do início do ano não é mais válido. “Começamos o ano com uma visão otimista, mas isso mudou com a queda no faturamento em junho, que inverteu a tendência. O ano de 2013 não vai ser melhor que 2012, que já foi um ano muito ruim”, disse o vice-presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza. A expectativa anterior da entidade era de crescimento de 4 a 5% no faturamento este ano e tinha sido fomentada por forte procura, no fim de 2012, de pedidos de financiamento junto ao BNDES para compras de máquinas e por elevação no faturamento das empresas, segundo a entidade. Além disso, o governo promoveu uma série de medidas de apoio ao setor, como desoneração de folha de pagamento, redução de Imposto sobre Produtos Industrializados e renovação até o fim deste ano do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que oferece juros reduzidos para compra de máquinas. Mas em meio ao crescimento vacilante da economia e das manifestações sociais no fim do semestre, o nível de confiança do empresariado não tem animado a Abimaq. “O problema, além do baixo nível da carteira de encomendas, foi a falta de disposição de investir de nossos clientes”, disse Pastoriza a jornalistas. Segundo a Abimaq, que representa 30 segmentos de máquinas e equipamentos do país, a carteira de pedidos do setor encerrou junho em 2,9 meses, queda de 20% sobre o ano anterior. Em 2010, a carteira atingiu pico de 5,1 meses. Os segmentos que ainda têm mostrado bom desempenho são aqueles ligados à agroindústria, máquinas para construção e equipamentos ligados ao consumo, como para produção de embalagens. Em junho, o faturamento total do setor máquinas somou 6,797 bilhões de reais, queda de 6,4% sobre maio. O resultado contribuiu para uma queda no semestre de 8,2%, para 37,727 bilhões de reais. O nível de utilização de capacidade da indústria fechou junho em 73,9% ante 76,5% no mesmo mês de 2012.

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