Bagual: o cãozinho de R$ 2 mil

Família e amigos mobilizaram esforços para recuperar o Bulldog Francês, e ofertaram prêmio considerável em dinheiro para agilizar as buscas na Fronteira

“Quero agradecer todos aqueles que, de uma forma ou outra, ajudaram no retorno do Bagual”, frisou Sylvio Mendina

Quanto vale um sentimento? Quem já enfrentou alguma situação envolvendo perda sentimental, com certeza tem esta resposta.

Esta semana, o desaparecimento de um cão da raça Bulldog Francês acabou mobilizando uma família inteira e amigos. Mas fora a questão da procura do “Bagual”, foi outro fato que realmente chamou a atenção da comunidade em geral: a recompensa de R$ 2 mil em dinheiro, que estava sendo oferecida a quem localizasse o cãozinho.

O drama com desfecho feliz começou na segunda-feira (15), quando o Bagual desapareceu inexplicavelmente de sua residência, na rua Rivadávia Corrêa, região central da cidade. A dúvida ainda paira na família Mendina, pois eles não sabem se o cão teria pulado a janela, que estava aberta, ou se alguém o teria levado de propósito.

Conforme o proprietário do cãozinho, Sylvio Mendina, de 26 anos, estudante de Agronomia na UFRGS, quando ficou constatado o desaparecimento do Bagual, uma estratégia foi traçada para tentar recuperá-lo o mais rápido possível. “Ele é de uma raça muito frágil e tem problema de estomago sensível, então a preocupação era por saber se quem o havia encontrado estava cuidando bem do Bagual”, comentou Sylvio.

Com a ajuda de amigos, Sylvio, seus irmãos Thamira e Cezzar, e sua mãe, Maria Amália, tiveram a iniciativa de confeccionar 200 cartazes e espalhá-los pela cidade. Outro meio utilizado foi o facebook, com o compartilhamento de mais de 300 pessoas. E para finalizar a rede de informações, um anúncio de capa foi veiculado no jornal A Plateia, com o destaque para a premiação em dinheiro.

A Plateia: Mas, por que R$ 2 mil? Como você chegou a este valor?
Sylvio: Bom, em primeiro lugar era todo o dinheiro que tinha guardado. Em segundo lugar, pensei em um valor que não deixasse dúvidas que seria um bom negócio para quem localizasse o Bagual, pois o valor de mercado dele gira entre R$ 800 e R$ 1 mil. A pessoa logo pensaria que entregá-lo seria a melhor coisa a fazer. Além de tudo, não poderia arriscar de ficar sem essa “bolinha de pelos”, então ofertei tudo que tinha naquele momento.

A Plateia: Quando o Bagual veio integrar a família?
Sylvio: Foi após a morte do nosso pai (Sylvio Mendina), em outubro de 2012. Comprei-o aqui em Livramento mesmo, de uma criadora, e desde então somos inseparáveis. Todos gostam dele, pois é um animal dócil e não incomoda em nada. Inclusive, o Bagual dorme em um sofazinho no meu quarto, tapado com edredom (sorriu Sylvio). 

Ligações 

Assim como acontece em várias situações da sociedade, quando se busca ajuda em larga escala, Sylvio começou a receber trotes telefônicos de várias partes da cidade, fazendo com que se deslocasse para alguns lugares, na esperança de que Bugual fosse devolvido. “Cheguei a combinar a negociação no Parque Internacional, com uma pessoa que supostamente havia encontrado o Bagual, mas ela não apareceu. Também fui ao bairro Planalto, mas era outro trote. Quanto mais o tempo passava, mais apreensivo ficava. Quem já perdeu um cachorro sabe como é”, completou.

Cerca de 30 horas após o desaparecimento de Bagual, a família Mendina recebeu o tão aguardado telefonema. “Ao escurecer da terça-feira (16), recebi a ligação de um uruguaio, informando que havia encontrado o cão, e começamos a negociação, que durou cerca de uma hora e meia. Ele parecia muito temeroso em dar as informações corretas e eu disse que bastava que me trouxesse o animalzinho em casa, que pagaria até mesmo o seu táxi. Depois de um tempo, uma mulher e um homem chegaram de táxi aqui em casa. Não consegui identificá-los e só tinha medo que não fosse o Bagual, mas para a felicidade de todos era ele, de fato”, comemorou.

Sylvio explicou que o pagamento foi realizado e acabou não ficando com nenhum contato dos entregadores.

Após a experiência, a família já resolveu adotar medidas de segurança na residência, como cerca elétrica e também um reforço nas janelas, para afastar a dúvida se alguém realmente pegou o Bagual, ou se ele saiu por contra própria.

 

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