Escolas municipais de educação infantil estão sem receber leite há quase um mês

Desde que o caso de adulteração em algumas marcas foi descoberto, distribuição do gênero aos educandários foi suspensa e normalização aguarda procedimentos legais

Suzana Farias Duarte pretende levar leite para o filho

Há quase um mês, as escolas municipais de educação infantil da cidade estão sem receber leite para a merenda das crianças. Desde que foi descoberta a adulteração em algumas marcas distribuídas pelo Estado, que também foram compradas pelo município e repassadas às escolas infantis, a distribuição foi paralisado e os lotes recolhidos.

Para tentar suprir essa necessidade, mesmo que momentânea, e também informar a comunidade escolar sobre a situação atual, a Escola Municipal de Educação Infantil Carina, localizada no Bairro Prado, convocou os pais das 130 crianças matriculadas na instituição e informou a falta do gênero. “Para as mamães de crianças do berçário, pedimos que trouxessem o leite para elas. Já para as mães das crianças maiores, de 4 e 5 anos, apenas informamos o acontecido e aquelas que fizerem questão de que seu filho tome leite, também tragam, até que o problema seja resolvido”, informou a diretora da escola, Rosimari Pinheiro Leite. Segundo ela, algumas mães realizaram, inclusive no mesmo dia, uma doação a mais para a escola.

“Nós, como gestores, temos a obrigação de informar aos pais que seus filhos não estão tomando leite na escola”, destacou a diretora.

Quanto aos outros alimentos, a direção da escola informou que desde o início do ano letivo há carência de açúcar. Para amenizar o problema, os professores estão comprando o produto, inclusive já fizeram um brechó para arrecadar fundos, e o secretário também levou até a instituição alguns quilos. “Mas essa quantidade não é suficiente, tendo em vista que atendemos mais de 130 crianças”, lembrou a diretora.

Segundo ela, outros artigos estão faltando na despensa da escola, como o óleo de soja, achocolatado, feijão preto e macarrão. Em relação aos hortifrutigranjeiros, a diretora fez questão de enfatizar que os mesmos são repassados em quantidade satisfatória, com bastante variedade.

Equipe diretiva da Escola Municipal de Educação Infantil Carina

Os pais foram comunicados do caso em reunião convocada pela direção na segunda-feira. “Lembramos a eles que não está faltando alimento na escola, simplesmente alguns artigos estão em falta”, salientou Rosimari.

Rosimari Pinheiro Leite fez questão de enfatizar que a comunidade escolar é muito participativa, atendendo sempre as demandas. “90% dos pais não se incomoda e, inclusive, quer, mesmo que não seja necessário, colaborar com alguma coisa na escola”, ressaltou.

A Escola Municipal de Educação Infantil Carina atende crianças de zero a 3 anos, em período integral, das 7h30 às 17h. As crianças de 4 e 5 anos estão distribuídas em dois turnos: duas turmas pela manhã e duas pela tarde.

A dona de casa Suzana Farias Duarte, 30 anos, leva o filho Luis Manuel (4 anos) todos os dias à escola infantil, e foi comunicada do fato. “Fiquei sabendo hoje. Acho que leite é uma coisa que não pode faltar para uma criança. Por isso, a partir de amanhã, irei levar leite para meu filho tomar, enquanto está na escola”, disse.

Secretário municipal de educação, Mario Santanna, fez os esclarecimentos pertinentes ao caso

Procurado pela reportagem de A Plateia, o secretário municipal de educação Mario Santanna afirmou que dois alimentos estão em falta no repasse da merenda às escolas infantis: o açúcar e o leite. “O leite é uma situação regional de desabastecimento, aconteceu há pouco mais de três semanas e estamos tendo todo cuidado para a substituição da marca”, salientou.

O secretário afirmou, também, que compreende que as pessoas têm pressa para a normalização desse repasse, mas, ao mesmo tempo, não quer apressar o processo para não cometer erros. “Sabemos que uma série de marcas estavam contaminadas e não podemos ter memória curta para isso. Precisamos ter muito cuidado e, inclusive, respeitar os procedimentos legais”, completou.

Dentro do contrato com o fornecedor do leite, a secretaria municipal de educação já fez a solicitação para a troca da marca do produto, o que, segundo Mario, já foi aceito e provavelmente na próxima segunda-feira esteja saindo um novo empenho. Sendo assim, na próxima semana, a distribuição deverá ser regularizada. “Não temos autonomia para comprar qualquer leite. Temos um processo licitatório que temos que obedecer. A marca que foi recolhida será substituída, mas isso tem prazo legal e não podemos sobrepor esse prazo. Estamos atentos a isso, sabemos da importância do gênero, mas não podemos esquecer que há menos de três semanas houve denúncias gravíssimas e estamos encerrando nos próximos dias o processo de lançamento do edital, para compra da produção local. Em 10 ou 15 dias, poderemos fazer compras de diversos artigos da produção local como hortifruti, leite, mel entre outros”, completou.

Ainda de acordo com o secretário, a falta do leite está sendo recompensada nesses dias com a orientação do nutricionista da pasta, com a utilização de suco e frutas. 

“Sabemos que uma série de marcas (de leite) estavam contaminadas e não podemos ter memória curta para isso”.
Secretário de Educação, Mario Santanna

Açúcar 

Para regularizar a distribuição de açúcar no município, foram realizadas duas licitações, que resultaram desertas, ou seja, não apareceram interessados em fornecer o produto, tendo em vista que os preços variam muito. “Os fornecedores não querem ter o compromisso longo de fornecimento de açúcar, pela variação de preço”, informou Mario.

Após uma terceira licitação, foi conhecido um vencedor, que, quando chegou o momento de realizar a entrega do produto, não possuía o açúcar em estoque. “Semana passada, fizemos a licitação, saiu o vencedor, estava tudo pronto. Mas, nessa semana, quando fomos receber o açúcar, o fornecedor não tinha o produto para entregar. Já notificamos o fornecedor, foi dado a ele um prazo de cinco dias para que o fornecimento aconteça. Caso contrário, teremos que fazer uma dispensa de licitação”, destacou Mario Santanna.

 

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