Colegas dos taxistas e familiares se dizem satisfeitos com o resultado do trabalho policial
Para a irmã de um dos taxistas mortos, a ferida ainda está aberta, mas a prisão deixa todos felizes
Ainda amedrontados, taxistas celebram resultado das investigações feitas pela polícia Civil
Imediatamente após o anúncio da prisão do jovem Luan Barcelos da Silva, 21 anos, efetuada na capital do Estado, colegas e familiares se manifestaram destacando o trabalho realizado pelos policiais, e a resposta dada, não apenas à comunidade de Sant’Ana do Livramento, mas ao restante do Estado, uma vez que outras três mortes também ocorreram em Porto Alegre e, segundo a polícia, também são atribuídas ao mesmo homem que teria matado os taxistas na Fronteira.
Luciano Soares Pereira, proprietário de uma das prestadoras de serviço que atuam na cidade, disse que até onde analisou os fatos, é surpreendente ter sido alguém tão jovem. “Surpreende ser alguém que, aparentemente, não teria motivos para fazer o que fez. Ele parece ser uma pessoa desequilibrada. Surpreende-me, caso se confirme tudo isso”, disse o administrador de uma das cooperativas de táxi em atuação em Sant’Ana do Livramento. Luciano Soares diz que parte da categoria deverá ficar mais aliviada com a notícia. “Foi encontrado o autor e isso dá um alívio parcial. Agora, o efeito de todo o acontecimento não tem como ser retirado. Foi devastador na vida dos taxistas e vai demorar um bom período para ser amenizado. Em decorrência desse crime, muitos não querem mais trabalhar à noite e outros nem querem trabalhar mais na profissão. Um rapaz que era colega de uma das vítimas está entre aqueles que não quer trabalhar mais”, disse.
Luciano Soares disse, ainda, que, provavelmente, a categoria deverá fazer algum tipo de manifestação no início da semana, para apresentar a sua posição a respeito da prisão de Luan Barcelos da Silva. Colegas de Enio Lencina, um dos taxistas mortos na fatídica madrugada do dia 28 de março, se disseram satisfeitos com o resultado apresentado pela polícia e com a rapidez com que os homens trabalharam para elucidar o caso. Com trinta e cinco anos de profissão, um dos colegas de Tito Lencina disse que o perfil do homem é de um assassino frio.
“Eu recebi a notícia muito nervosa”, diz irmã de uma das vítimas
Ainda surpresa com a notícia, que havia recebido poucas horas antes pelos vizinhos, Cledy Rolim Lencina, irmã de um dos taxistas mortos, disse que se sentiu muito nervosa com a nova informação. “Em parte fiquei feliz, porque o prenderam, mas, por outro lado, a tristeza aumenta, porque nada vai trazer de volta a vida do meu irmão. Fiquei muito nervosa porque meu irmão era uma pessoa honesta, trabalhadora e amiga. Fiquei nervosa mesmo, e tomara que ele fique preso. O senhor sabe o que é tirar a vida de uma pessoa que nunca matou, nunca roubou nada de ninguém? Isso foi demais. Nem olho muita televisão e leio jornais depois que aconteceram esses fatos. Foi uma vizinha que chegou e disse: prenderam o assassino do teu irmão, e meu coração disparou. Hoje, ficamos todos nervosos, porque a ferida está aberta ainda”, disse Cledy Lencina. A dona de casa disse, ainda, esperar que seja feita a devida justiça e que o jovem seja condenado pelos crimes que cometeu.
Vizinhos fazem “Lei do Silêncio”
A tarde de domingo teve ares mais estranhos na Cohab do Armour, local onde Luan Barcelos residiu com os avós até sair de casa. Conhecido como festeiro, o jovem apresentava comportamento típico de quem está desfrutando com os amigos o que a vida tem a oferecer na fase das descobertas, com alguns exageros, segundo uma vizinha, que pediu para não ser identificada. A mesma vizinha disse apenas que se lembra de Luan chegar em casa todo o fim de semana, sempre fazendo muito barulho. Segundo ela, o local também era ponto de encontro com outros amigos. Depois da conversa, a mulher desligou o telefone abruptamente, sem permitir que mais perguntas fossem feitas pela reportagem, em uma clara manifestação de medo das represálias.
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