O futebol é inspiração para a arte do mestre das pandorgas

Pandorgueiro se inspira na rivadalide do futebol para enfeitar pandorgas e manter a venda o ano inteiro

Figico também usa a sua arte para homenagear os clubes, como fez nos 110 anos do 14 de Julho e 99 anos do Grêmio SL

Não é somente em jogadores e torcedores que o esporte desperta fascínio. Nas mãos de um mestre na arte de fazer pandorgas, o tema ganha dimensões ainda mais espetaculares. Ernesto Machado Soares, o popular Figico, 75 anos de idade, é pandorgueiro desde os cinco, e tem o futebol como um dos temas favoritos para confeccionar as pandorgas. Para o artesão, a ela não é exclusividade para a Semana Santa, mas sim para o ano todo. “A pandorga é minha profissão, que vem de família, e com ela eu vivo e me sustento há 70 anos” diz ele. 

Exclusividade 

Um artesão na confecção da pandorga, criando todos os produtos de forma exclusiva, da armação, ao desenho que enfeita o produto. Para manter a venda da pandorga fora da temporada, Figico começou a elaborar trabalhos temáticos e, desta forma, chegou à paixão pelo futebol. Hoje, ele exibe, em sua oficina, na rua Hector Acosta, pandorgas de vários clubes de futebol, e continua elaborando trabalhos sempre que há algum destaque relacionado ao esporte.

Nos últimos dias, o jogo entre Grêmio e Fluminense, pela Libertadores, foi explorado pelo artesão, que exibiu pandorgas nas cores dos dois clubes para chamar a atenção do público. “Já confeccionamos pandorgas para homenagear os 110 anos do 14 de Julho, distribuindo-as para os torcedores, no estádio, e também dos 99 anos do Grêmio Santanense, na Câmara de Vereadores”, lembrou ele. 

14 de Julho 

Figico, inclusive, já está preparando os desenhos dos leões que enfeitam as pandorgas, para quando o futebol do clube voltar às atividades, em agosto. O pandorgueiro dispõe de um arquivo de símbolos dos clubes, desenhados por ele para suas criações. “As camisetas dos ex-jogadores Tarcisio, Grêmio, e Falcão, do Inter, serviram como base para a criação dos logos que hoje enfeitam as pandorgas da dupla Grenal, que são as mais confeccionadas na oficina”, diz Figico, que trabalha com o futebol desde os anos 50, quando muitos uniformes ainda não usavam o símbolo do clube. Ele já vendeu pandorga até para o ex-jogador do Internacional, Valdomiro Vaz Franco. 

As crianças

O trabalho temático na confecção das pandorgas acabou sendo estendido para outros segmentos, como as datas importantes – Dia Internacional da Mulher, Dia da Criança, etc. – em pandorgas com desenhos de heróis como Batman, Homem Aranha e outros.

A criança, aliás, é o público mais fiel do pandorgueiro e, neste ano, ele teve uma experiência sensacional com o público infantil, quando, a convite da Secretaria de Turismo do Município, teve a oportunidade de palestrar e ensinar a arte de confeccionar pandorgas aos alunos da rede municipal. Figico percorreu as escolas Silveira Martins, Professor Dias, Célia Iruleguy, Pacheco Prates, Nepomuceno Brum, Saldanha Marinho, Abreu Fialho, Camilo Alves Gisler e João Souto Duarte – esta última presenteada com um “morcego”. “A pandorga está aqui, na oficina, mas alguém da escola precisa vir buscar”. Durante este período, Figico sentiu de perto o quanto o seu trabalho desperta o facínio na criança.

Autor da maior e da menor pandorga do mundo, Figico também foi jurado do 38° Festival Internacional de Pandorgas, depois de participar, e vencer, inúmeras vezes como participante. Ele se orgulha de a maioria de sua clientela ser de fora da cidade. “Recebo pedidos de pessoas de Porto Alegre, São Borja, Alegrete, Rosário e até um cliente do Mato Grosso já comprou pandorga aqui”.

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