Em apenas 03 meses, mais de 400 veículos novos passaram a rodar pelas ruas de Livramento

 

Depois de uma queda acentuada nos emplacamentos no mês de fevereiro, uma nova alta foi registrada em março e a tendência é de manutenção, devido ao IPI reduzido

Se de um lado especialistas discutem soluções para desatar os nós de um trânsito cada dia mais pesado, que retira espaços generosos dos pedestres, do outro há uma verdadeira legião que comemora os números e vê crescer as possibilidades de ganhos e bons negócios com o mercado cada vez mais aquecido, devido aos incentivos dados pelos governo federal.

O anúncio da manutenção das taxas de IPI reduzido para carros novos e os apelos publicitários, que fazem homens e mulheres sonharem com a possibilidade de rodar com veículos zero quilômetro, são atrativos que dividem opiniões, mas que sem dúvida são visíveis nas ruas do Brasil. 

Vendas em alta 

Somente nos primeiros três meses do ano, de acordo com dados repassados pelo CRVA – Centro de Registro de Veículos Automotores de Sant’Ana do Livramento, foram emplacados 402 novos veículos – um número que chama a atenção pela quantidade e, a se manter a tendência, deverá triplicar até o fim do ano. Em janeiro, foram emplacados 174 veículos novos, enquanto em fevereiro esse número apresentou uma queda significativa, com apenas 94 emplacamentos. A história começou a apresentar uma nova reviravolta a partir de março, mês que fechou com 134 veículos novos emplacados em Livramento.

Para o administrador do CRVA, Rui Rodrigues, os números revelam a necessidade de pensar adiante e em soluções que passam por uma melhor organização do trânsito na região central da cidade, especialmente no que tange aos estacionamentos. “Se continuar desta forma, mesmo com os problemas, estamos indo bem. Os números crescem e muita gente sai ganhando, o que é bom. Sabemos que as facilidades de financiamento são grandes aliadas dos motoristas”, destacou Rodrigues, salientando que o perfil das pessoas que têm emplacado veículos na cidade, em sua maioria, pertence à classe média e classe média alta.

Questionado sobre as necessidade de encontrar novos espaços para estacionamento no centro da cidade, Rui disse que a frota, que não é menor do que 60.000 veículos, precisa ser estudada para que soluções urgentes sejam encontradas. Segundo ele, a falta de vagas para estacionamento não se restringe apenas à região central, mas também atinge as vias de acesso.

Os números aumentaram? Eles comemoram

À frente das concessionárias que atuam em Livramento e vendem veículos para a cidade e região, gerentes e diretores comemoram os números e apostam na tendência de alta para os próximos meses, reflexo direto do anúncio da manutenção das taxas reduzidas do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados.

Para Rafael Ignácio Oliveira, gerente da Felice, concessionária Fiat em Sant’Ana do Livramento, apesar do mês de fevereiro ter sido complicado e calmo, a expectativa diante dos novos números é boa. “Agora, com essa manutenção do IPI reduzido, tenho certeza que os clientes terão preço garantido, vão pesquisar e irão comprar. Os clientes irão buscar novos produtos. No meu entendimento, o ano começou pra valer a partir da segunda quinzena de março e as vendas vão aumentar. Já estamos mandando e-mails para os clientes, temos um ótimo estoque de carros, o que facilita, porque os clientes querem entrar na loja e sair de carro”, frisou.

Para Alex Fank, gerente da Nicola Veículos, concessionária Chevrolet, a expectativa também é de vendas em alta. “A partir desta última confirmação de redução do IPI até o fim do ano, as expectativas mudaram. Estávamos receosos no momento anterior, mas agora sabemos que os clientes vão seguir comprando. Estamos bem mais tranquilos e agora acho que devem seguir os mesmos patamares dos outros anos, por isso acredito em um crescimento. A estratégia se dará em torno das promoções novas para chamar o público para dentro da concessionária”, afirmou.

Para o diretor da Tterrasul, concessionária Volkswagen, Marcos Biachi, apesar da redução dos números em fevereiro, a tendência de alta em março pode, sim, significar a manutenção dos números ao longo de 2013. “Como será mantida apenas com o primeiro aumento gradual de janeiro, acredito que o ano será muito bom. Não posso afirmar ainda que abril será um mês excepcional, mas com certeza vamos superar os números do ano passado. Por agora, os consumidores não terão pressa para comprar, terão sim muito mais tranquilidade. Esperamos que a venda seja, pelo menos, 10% maior que no ano passado. As promoções seguem sendo a saída para trazer os clientes para dentro da concessionária”, afirmou.

Novos carros, novos problemas, enfim rotativo?

Para o secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade Urbana de Sant’Ana do Livramento, Alencastro Feippe, soluções estão sendo pensadas e deverão ser postas em prática para reduzir os impactos do aumento da frota pelas ruas. “A grande previsão com relação ao número crescente de veículos circulando pelas ruas de Livramento é a entrada em vigor do chamado estacionamento rotativo. Nossa grande preocupação hoje é com relação à falta de vagas e isso tem mostrado a nossa deficiência. Isso vai se expandir e precisamos de soluções. Sabemos que as pessoas estão preferindo o transporte individual ao coletivo. Há uma inversão e, assim, temos que pensar em estacionamentos, a princípio na área central. O rotativo é uma opção. É uma opção de governo, de metodologia e vamos implantar um projeto piloto em termos de mobilidade urbana. Na semana passada, recebemos todos os procedimentos feitos na cidade de Bagé. Agora, estamos estudando e temos, na próxima semana, reunião com a secretaria de Planejamento, para que possamos estabelecer alguns prazos para o projeto piloto do estacionamento rotativo, e em quais locais ele será implantado. Esse projeto piloto depende de uma série de questões, como de uma avaliação se o mesmo pode ser feito em uma área bem central e congestionada, ou não. Sabemos, por experiências avaliadas em outras cidades, que todo o projeto de estacionamento rotativo tende a fazer com que exista um esvaziamento onde o sistema é instalado, e depois, paulatinamente, vai sendo ocupado, e é por isso que optamos por um projeto piloto. Não adianta fazer nada em definitivo, quando, de repente, se faz e não se presta atenção no diferencial em relação a outras cidades, como Rivera e seu fluxo, que também migra para o lado de cá diariamente”, afirmou o secretário.

Alencastro Feippe disse, também, que já manteve encontro com o diretor de trânsito da cidade vizinha e obteve a informação de que, do lado uruguaio da Fronteira, soluções do mesmo padrão também deverão ser adotadas diante do aumento significativo da frota de veículos. “Hoje, tivemos a orientação de um engenheiro de tráfego, que veio de Montevidéu. Temos que pensar que o estacionamento rotativo será bom para nós e para Rivera, mas a cidade vizinha terá, sim, que tomar uma atitude também com relação a isso. Esse é o nosso desafio, ou seja, pensar para os dois lados”, frisou ele. Alencastro Feippe falou, ainda, sobre a proibição, em alguns horários, do tráfego de caminhões pesados na área central da cidade, em horários específicos. “Estamos agindo de acordo com o que diz o Código de Posturas do município. Na rua Rivadávia Corrêa e Andradas, por exemplo, não se permite mais o tráfego de caminhões e estamos organizando para que a descarga seja feita após o horário comercial, como já existe em outras localidades. Temos um problema cultural aqui, pois há sempre a intenção de descarregar no horário comercial, e isso não é mais possível”, finalizou.

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