Fiéis católicos em todo o mundo celebram seu novo líder

O Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, foi anunciado ontem como o novo Papa, sob o olhar atento do Bispo Diocesano Dom Gílio Felício

Cardeal Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, foi escolhido como o novo Papa

Em 28 de fevereiro de 2013, o mundo assistiu estarrecido à renúncia de um Papa, fato que não acontecia há algumas centenas de anos, e que pegou de surpresa quase todos os cristãos espalhados pelo planeta. A partir do anúncio de Bento XVI, e das evidências do atual momento politicamente delicado que atravessa a igreja, tiveram início as especulações sobre os supostos sucessores daquele que tem o direito de calçar as sandálias de Pedro, o primeiro Papa.

Definido na semana passada, o início do Conclave – cerimônia fechada onde é escolhido através do voto de cada um dos 115 cardeais o novo Papa – era aguardado com extrema ansiedade por todos aqueles que, cristãos ou não, não queriam que Igreja Católica permanecesse sem um líder por muito tempo. Foram, então, dois dias de votação – terça e quarta-feira – até que o novo nome fosse anunciado.

O novo Papa

Francisco I. Este foi o nome escolhido pelo Cardeal Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio. Passava das 15h de ontem, quando a fumaça branca anunciou o consenso entre os cardeais eleitores, colocando fim à espera de mais de um bilhão de católicos, pelos cinco continentes.

Em sua primeira aparição, Francisco I, um jesuíta, pediu para que os fiéis o abençoassem antes que ele desse a sua primeira benção. A partir de agora, os olhos do mundo se voltam para o pensamento e para as características do novo Papa, que terá a missão, segundo ele mesmo, em seu primeiro discurso, de evangelizar a Igreja.

A palavra da autoridade

A maior autoridade da Igreja Católica na Região, o Bispo Diocesano Dom Gílio Felício, concedeu entrevista ao jornal A Plateia, momentos após a divulgação do nome do novo Papa. “A primeira coisa que gostei foi a humildade dele, solicitando que o povo evocasse sobre ele uma benção. Depois desse silêncio em que multidões pediram a benção, aí é que ele foi abençoar a cidade e o mundo. Outra coisa que gostei muito foi o nome, Francisco, que é de um santo que revoluciou o mundo, além de ter defendido a Terra Santa. Hoje, nós temos muitos lugares de presença especial, devido ao protagonismo e à coragem de Francisco, além de ser o homem da referência em termos de ecologia, e assim por diante”, disse Dom Gílio, revelando as suas impressões sobre o novo Papa.
Questionado sobre a sua relação com José Mario Bergoglio, agora Francisco I, o Bispo Diocesano disse que, pessoalmente, não o conhece, mas que acompanhou algumas das suas ações e posicionamentos, assim como também o seu sofrimento em relação às defesas que faz em algumas áreas e demandas que a sociedade vem apresentando. “É isso que eu conheço dele”, disse.
Ao ser perguntado sobre possibilidade de mudanças na igreja partir da liderança de um homem que viveu quase toda a sua existência deste lado do planeta, onde a realidade social e econômica é distinta da Europa, Dom Gílio Felício salientou que, embora exista o anseio de mudança, isso ainda demorará a acontecer. “Eu creio que a igreja deveria dar rápidas e profundas mudanças às demandas apresentadas pela sociedade, e que têm uma incidência grande na vida das pessoas. Mas a igreja está presente no mundo inteiro, e quem dá as orientações é o Papa. Elas devem ser muito cuidadosas e trabalhadas com o tempo. Esse tempo é um pouco mais alargado, porque a diversidade das culturas, costumes e etnias dos diversos continentes são um desafio para uma rápida e profunda mudança da igreja, então não é fácil. Como o Papa é a referência de todos os católicos, de todos os continentes, não é fácil encontrar um denominador comum nos avanços necessários. Mas os cardeais estão cientes disso e, com a realidade que temos, o Papa já deu um sinal rápido na sua primeira citação, dizendo que está disposto a trabalhar. É evidente que todos os cardeais estão preparados para ajudar. Então, eu acredito que as mudanças da Igreja, e que são necessárias, poderão acontecer. Fiquei muito feliz com a escolha, pois tenho certeza que o nosso continente será mais significativamente contemplado. Claro que ele não poderá cuidar apenas do nosso continente, mas certamente terá um olhar diferenciado para as nossas questões”, finalizou Dom Gílio Felício, lembrando que o novo Papa estará no Brasil, para participar do Encontro Mundial da Juventude, nesta que será uma das suas primeiras viagens internacionais.

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