Possibilidade de fechamento aos domingos gera diversidade dos supermercados de opiniões

Sindicato dos Empregados no Comércio, Associação Gaúcha de Supermercados, Trabalhadores e Consumidores opinam sobre a possibilidade de fechamento dos supermercados aos domingos 

O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Livramento, João Carlos Pereira Gonsales, manteve reunião recentemente com os membros de sua diretoria e com o vereador Hanney Cid Har Cavalheiro, tratando sobre a possibilidade da não abertura dos grandes supermercados da cidade no domingo.

O assunto, apesar de bastante polêmico, tem como embasamento, segundo o presidente do sindicato, cumprir com as necessidades verificadas junto aos trabalhadores, que gostariam de estar com suas famílias em um dia considerado de descanso por muitos. “Ao longo da minha gestão à frente do sindicato, venho percebendo que os trabalhadores não estão tendo um dia sequer para ficar junto dos filhos e da sua família. Constatamos, ainda, que no município não há creches ou locais adequados para que as crianças fiquem amparadas, enquanto seus pais trabalham. Neste sentido, se o trabalhador resolver pagar alguém para ficar com seus filhos, não lhe sobrará muita coisa de um domingo laboral, que chega a várias horas trabalhadas, ou seja, estas crianças ficam sem a orientação de seus pais”, explicou Gonsales.

Ampliando a discussão, o presidente sindical destacou que com esta sugestão, do não funcionamento dos grandes supermercados nos domingos, aumentaria, por consequência, a renda dos pequenos comércios familiares, localizados nos bairros da cidade. “Ao invés de as pessoas saírem dos seus bairros para comprar na região central da cidade, teriam a opção de comprar nos bairros, aquecendo a economia familiar dos pequenos comércios, que sofrem com esta concorrência desigual”, frisou.

Já a Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS) não compactua com essa ideia. “A AGAS é a favor da livre iniciativa e se baseia na Lei Federal que permite a abertura dos supermercados aos domingos e feriados. Acredito que tudo é válido, quando a Associação se coloca num posicionamento de negociação e abertura, principalmente com relação a empregadores e empregados. Por exemplo: um feriado que caia no domingo, negocia-se com os trabalhadores uma remuneração extra e dá mais um dia de folga para descanso. Toda a relação é negociável e que seja positiva para ambas as partes”, avaliou Antônio Alberto Righi, presidente da AGAS.

Ele conclui: “Quando se constrói culturalmente um hábito perante uma comunidade, que é o caso dos supermercados abertos aos domingos, com as pessoas contando com a possibilidade de fazer compras nesse dia da semana, e de uma hora para outra não existe mais a disponibilidade desse serviço, o que isso poderá acarretar? Provavelmente, esses consumidores irão fazer suas compras no País vizinho”.

Quando a reportagem de A Plateia questionou os trabalhadores do setor de comércio, principalmente no que se refere ao serviço de supermercados, a constatação foi de que o ganho extra incluído em seus salários no fim do mês, ajuda no custo de vida familiar.

“Eu gosto porque é um ganho a mais no meu salário, sem falar que não são todos os domingos, e quando trabalho é somente no turno da manhã. Trabalhei em outro supermercado que era o dia todo no domingo e, aí sim, tornava-se muito cansativo”, declarou Ilenise Pereira, trabalhadora em uma rede de supermercado.

A mesma opinião tem a trabalhadora Rafaela Bilha. “Gosto de trabalhar aos domingos, porque é um valor a mais no meu salário”, disse ela. Andressa Menezes, caixa de supermercado, relatou: “Eu gosto, porque é uma ajuda de custo a mais e também nosso sistema é escala, então eu não trabalho todos os domingos do mês”.

As consumidoras que não possuem o hábito de fazer compras aos domingos também não concordam com o fechamento. “Minha opinião é que continue aberto aos domingos, por mais que eu não tenha hábito de fazer compras no supermercado nesse dia. Tem muita gente que faz, porque é o único dia que pode realizar suas compras da semana”, relatou Sedency Ignacio Silveira.

Já a aposentada Nara Cartana, de 56 anos, afirmou: “Eu até gostaria que abrisse o mercado próximo a minha casa, e até concordo que alguns abram aos domingos, até porque a gente sempre esquece algum item da dispensa para comprar”.

Jocelina de Assis Gonçalves, trabalhadora na entidade social Lar de Meninas, comentou: “Para mim, num aperto, eu faço compras aos domingos, mas também se tiver que fechar os mercados nesse dia da semana, não alteraria em nada minha rotina”.

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