No rastro da interiorização, Santa Casa terá recursos liberados

 

Verba de R$ 450 mil reais se referem aos serviços prestados desde o mês de novembro, referentes à Unidade de Terapia Intensiva provisória e que estavam em atraso

Recursos anunciados pelo governo do Estado deverão ser utilizados para pagar dívidas importantes do hospital

A saúde dos santanenses entrou na mira do governo do Estado. Pelo menos essa foi a impressão deixada depois da interiorização do governo do Estado do Rio Grande do Sul, que aconteceu na última sexta-feira e reuniu, na cidade, o Governador Tarso Genro e quase todos os seus secretários. Sem fazer anúncios vultuosos, deixando claro que não viria à cidade para fazer promessas, mas sim para conduzir uma reunião de trabalho, antigos temas na pauta do governo estadual e que se referem especificamente a Sant’Ana do Livramento foram tratados com olhar mais refinado. Um dos temas de maior interesse da comunidade, e pauta constante de todos os governos, está diretamente ligado às questões de saúde e, neste caso, a Santa Casa de Misericórdia. 

Verbas liberadas 

O governador Tarso Genro, através do secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, Ciro Simoni, anunciou a liberação de R$ 450 mil reais para a Santa Casa de Misericórdia. O valor se refere aos pagamentos atrasados pelos serviços prestados na Unidade de Terapia Intensiva que funciona provisoriamente no local, desde novembro de 2010. A abertura do espaço com cinco leitos na Santa Casa de Livramento foi considerada, na época, uma grande vitória, já que os santanenses não tinham naquele período outra alternativa senão serem deslocados para outras cidades do Estado. De acordo com o atual administrador da Santa Casa de Misericórdia, José Milton da Rosa, o valor não chega a atingir a totalidade dos valores atrasados. “Pelo nosso cálculo, esse valor que será repassado diz respeito aos serviços que foram prestados desde novembro de 2010 até maio deste ano. Caso fosse incluído nessa conta os pagamentos até o mês de julho, por exemplo, esse valor subiria e ficaria em torno de R$ 620 mil reais. Continuamos atendendo com os mesmos cinco leitos que tínhamos no mês de novembro, e sempre com a capacidade máxima. Muitas vezes ainda precisamos remover pacientes para outras cidades ou mesmo para o CHS, mas estamos atendendo da melhor forma possível”, disse o administrador.

José Milton lamentou o fato de não poder manter audiência direta com o secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, uma vez que este não possuía espaço na agenda. “Tínhamos algumas demandas importantes para entregar, mas não tivemos espaço. Agora vamos seguir o nosso curso normal, indo até a capital do Estado para manter as audiências e buscar entregar as nossas demandas”, afirmou ele. Sobre o caminho de entrada dos recursos para a Santa Casa, ainda na tarde de ontem, o administrador disse não ter sido informado sobre a forma como o valor seria entregue. “Não temos nem o caminho e nem o momento em que esse dinheiro chegará. Não tivemos nenhum encontro com o Secretário do Estado, como falei, tampouco para tratar sobre isso. Pedimos algumas questões, mas não houve espaço na agenda e vamos seguir o nosso caminho. Vamos também seguir em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, como temos feito até agora”, frisou.

O destino da verba 

De acordo com José Milton da Rosa, os valores a serem liberados deverão ser imediatamente repassados para o pagamento de dívidas importantes da instituição. “Temos que quitar dívidas e algumas não podem esperar muito tempo. Por isso, esses recursos chegam em boa hora”, salienta ele, ao afirmar que a realidade atual da instituição tem como base o cumprimento rigoroso de seus compromissos. “Hoje, operamos o hospital com plena normalidade. A partir da notícia que os recursos chegarão mês a mês. Sim, porque a cada mês, enquanto não tiver a UTI definitiva, essa unidade provisória deverá ser paga. O nosso relatório de despesa chega a R$ 90.000 (mês). Sempre ocupação total, o que para a demanda do município é pouco, e por isso ainda continuamos buscando leitos fora da cidade, sempre que necessário”, finalizou. 

José Milton da Rosa, Administrador da Santa Casa de Misericórdia

UTI tipo II 

Ontem, de acordo com informações repassadas pelo administrador, a construtora responsável pela laje retirou a proteção e deverá entregar formalmente nesta terça-feira, na Secretaria de Planejamento, a obra concluída. Em seguida, deverá ser assinada a ordem de serviço para o início da obra e o prazo de entrega é de quatro meses.

Secretaria de Saúde

O secretário de Saúde de Sant’Ana do Livramento, Valmir Silveira, disse que os valores que estão sendo repassados pelo Estado já são praticamente compatíveis com aqueles equivalentes a uma Unidade de Terapia Intensiva do tipo II, mesmo a cidade contando com o espaço considerado provisório. “São valores pagos um pouco acima, e que, se tudo der certo, poderão ser ainda aumentados quando tivermos concluída a nova Unidade. Esses R$ 75 mil mensais já são um valor maior do que se tivéssemos os dez leitos”, afirmou. Ao falar da forma como os valores anunciados pelo Estado deverão ser repassados, Valmir Silveira disse que a verba deverá ser repassada através da Prefeitura. “Temos uma conta especial onde já estão os recursos da compra de equipamentos, e que deverá também receber esses novos valores anunciados pelo governador como liberados para a Santa Casa de Misericórdia”, frisou.

O secretário Valmir Silveira informou, ainda, que não foi informada nenhuma previsão de liberação dos recursos, mas que a Secretaria permanecerá monitorando. 

Obras 

Segundo Valmir Silveira, ainda sobre a nova UTI tipo II, uma comissão já foi lá e recebeu provisoriamente a obra da empresa responsável. “Falta, agora, retirar algumas pendências simples, mas foi liberado o pagamento de cerca de R$ 70 mil reais. Em breve, teremos condições de dar a ordem de início das obras da nova Unidade de Terapia Intensiva”, afirmou.

 

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