Lançada pedra fundamental da estátua de Paixão Côrtes

Rápido ato na manhã de ontem, com a presença do filho do folclorista, marcou o início das ações

Tenente coronel Osmar e sua esposa, Rui Rodrigues e a esposa, Andréa, Carlos Enrique
Civeira, Sérgio Coirolo, Antônio Righi, Raquel Pinheiro, Wainer Machado, Carlos C. Paixão e
Pedro Escosteguy

A manhã de sábado marcou o início da concretização de uma homenagem que Sant’Ana do Livramento, há muito, devia a um de seus mais ilustres filhos: ninguém mais do que a referência viva da origem do tradicionalismo gaúcho. João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes, engenheiro agrônomo, folclorista, pesquisador, radialista, santanense, a quem o Rio Grande do Sul deve, com o grupo dos 8, o universo tradicionalista. Ele, em 7 de setembro de 1947, liderando o grupo dos oito estudantes do colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, realizou a primeira ronda crioula e vários atos sucessivos, protagonizando, de bota e bombacha, o início de um movimento que ganhou o mundo.

O prefeito Wainer Machado, o coordenador da 18ª Região Tradicionalista, Rui Rodrigues, sua esposa, Andréa Martins Rodrigues; a 1ª prenda do Rio Grande do Sul, Raquel Pinheiro; o comandante do 2º Regimento de Polícia Militar da Brigada Militar, tenente coronel Antonio Osmar da Silva; o filho de Paixão Côrtes, Carlos C. Paixão Côrtes e o artista plástico Sérgio Coirolo; o empresário Antonio Righi; o engenheiro Carlos Enrique Civeira, entre outros, protagonizaram o marco zero da obra. Trata-se de uma estátua que imortalizará Paixão Côrtes – usando sua figura atual – estendendo uma cuia de chimarrão (símbolo da hospitalidade) para quem chega a Sant’Ana do Livramento, financiada pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC), com projeto produzido pelo CTG Presilha do Pago, na condição de produtor cultural. 

Diferenciação 

Wainer Machado destaca que a estátua de Livramento não terá referência na obra Laçador, símbolo de Porto Alegre, obra do escultor Antônio Caringi, em 1954. “O próprio Paixão Côrtes prefere que seja retratada sua figura atual” – refere. O folclorista não pôde vir a Livramento, em função de estar internado no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre, onde passou por uma cirurgia em razão de uma diverticulite. Ele chegou ao hospital na segunda-feira e foi operado no mesmo dia. A esposa, Marina Paixão Côrtes, afirmou que o símbolo da cultura do Rio Grande do Sul está bem, já caminha pelo quarto e lê jornais. Ela lembrou que Paixão sofre de diverticulite desde que era mais jovem, mas a doença se agravou na última segunda-feira. Ainda não há previsão de alta.

Hoje com 85 anos, Paixão queria vir à cidade, como ocorreu quando foi inaugurada a usina eólica do Cerro Chato – de onde é oriundo e saiu para ir estudar na capital, tendo, em 1947, protagonizado o início do movimento tradicionalista e em 1948, fundado o CTG 35.

A estátua será produzida pelo artista plástico Sérgio Coirolo, em Porto Alegre, iniciando em janeiro, ao mesmo tempo em que, conforme o engenheiro Enrique Civeira, da firma Banura e Civeira, será concretada a base da estátua. O monumento ao folclorista será diferenciado não apenas em função de não ter qualquer relação com o Laçador de Porto Alegre, mas pelo fato de o próprio Paixão Côrtes atuar como supervisor do trabalho de Coirolo, conversando com o artista constantemente, a fim de estabelecer detalhes e peculiaridades, o que enriquece ainda mais e valoriza a diferenciação entre uma peça e a outra.

A probabilidade é de que em fevereiro já seja possível visualizar a obra. Participaram, investindo, as empresas Righi, Recofran e Augusto Leonel Fernandez.

Carlos Paixão Côrtes, falando em nome do pai, fez um agradecimento pela homenagem e parabenizou pela iniciativa.

O ato foi acompanhado por um piquete da Brigada Militar e um grupo de oito cavaleiros, além de vários tradicionalistas, patrões e diretores de entidades do segmento. Os oito homens a cavalo são uma alusão ao grupo de oito estudantes que, no Julinho, em Porto Alegre, comandados por Paixão, realizaram a primeira ronda crioula, criando a chama crioula de uma centelha do fogo pátrio.

 

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