Livramento tem inventário florestal urbano desde 2011

São 2.218 árvores em 30 ruas da cidade e vários problemas de “árvore errada em local errado”

Fragilidade do caule, manejo inadequado, entre outros fatores colaboram para que a força do vento possa quebrar árvores

O saldo: árvores quebradas, desgalhadas ou arrancadas no centro, perímetro urbano e meio rural, em praticamente todos os pontos da cidade. Foram os efeitos dos ventos de mais de 100 quilômetros por hora. A questão, relativa à gestão de meio ambiente, é tema de lembrança somente quando ocorrem situações do gênero, por parte da cidadania. Entretanto, entre as tarefas para o médio prazo está a continuidade no planejamento de distribuição de árvores, a partir de espécies e indicações técnicas.

Os secretários do Planejamento, Robson Cabral; da Administração, Zulmir Rasch, e da Habitação, Sérgio Munhoz, manifestaram, ontem pela manhã, no palácio Moysés Vianna, uma preocupação que, horas antes também foi tema de conversa com o prefeito Wainer Machado: a necessidade de correção dos eventuais erros na arborização atual e planejamento do plantio de espécies florestais adequadas à realidade das ruas e avenidas existentes na cidade.

Rasch cita o Inventário Florestal Urbano do Município de Sant’Ana do Livramento, elaborado sob encomenda da Secretaria do Planejamento – Departamento Municipal de Meio Ambiente pelo engenheiro florestal Fernando Bueno Simões Pires e pelo biólogo Tiago Xavier dos Reis. Um compêndio de capa dura, na cor verde, contendo várias páginas a respeito da realidade arbórea, especialmente do centro de Livramento.

O trabalho, concluído em maio de 2011, está à disposição na prefeitura municipal para consultas dos gestores da área ambiental, e foi desenvolvido com o objetivo de conhecer qualitativa e quantitativamente a arborização urbana do município, para, de posse dos dados, avaliar cada árvore existente nos passeios da cidade, assim como identificar os possíveis espaços disponíveis para arborização. “Acontece que as pessoas decidem plantar uma árvore e simplesmente plantam, sem verificar qual a espécie, qual o manejo ou ainda o impacto” – refere Rasch.

O engenheiro agrônomo Roberto Braz, da Secretaria de Agricultura, em rápido contato, também fez menção à necessidade de um manejo adequado, responsabilidade que deve ser de toda a comunidade.

A partir do Inventário, o foco era a elaboração de um plano de arborização, já encaminhado e, inclusive, com mudas à disposição, conforme Rasch. Porém, ainda não concretizado. 

Espécie mais forte oferece resistência ao vento, porém, é arrancada, deixando a raiz à mostra

Dados

Foram inventariadas pelo engenheiro florestal e o biólogo 30 ruas da cidade, totalizando 252 quarteirões, sendo encontradas 2.218 árvores, representadas por 101 espécies, pertencentes a 48 famílias e 78 gêneros. A área inventariada corresponde à primeira parte, com comprimento total medido de 69.663.39 metros, perfazendo uma área de 22,3 hectares. O Inventário constatou que vários problemas de plantio e desenvolvimento de árvore errada em local errado foram observados e, em sua maioria, representados por arborização de ruas inteiras, sempre com árvores de grande porte colocadas em espaços pequenos. Outra anotação no relatório foi o que os técnicos qualificaram como “pouco cuidado da população” em relação às árvores, as quais servem como suportes de sacolas plásticas para lixo doméstico, entre outros. Há casos, inclusive, de lixo depositado nos ocos dos caules. Há, ainda, poda sem orientação, cortes de galhos, e cortes de pedaços de raízes.

O Inventário permite ainda, mediante levantamento fotográfico, constatar várias situações em que árvores tendem a oferecer ou oferecem risco, pois foram plantadas há décadas atrás, sem qualquer estudo técnico prévio. Como resultado, galhos por sobre redes de baixa e até de alta tensão, caules podres ou em fase de apodrecimento, mais sensíveis à ação de ventos fortes ou outros fenômenos climáticos.

 

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