Campanha que gera empregos
Cada vez mais é possível ver pessoas trabalhando como militantes para garantir renda extra
campanha eleitoral, além de seu objetivo principal, que é informar os eleitores acerca dos candidatos à Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores, também gera inúmeros empregos.
Embora temporárias, essas vagas disponibilizadas dão alívio a muitas famílias, com a renda extra que proporcionam. A maioria dos partidos contratou cerca de 30 trabalhadores diretos, somente para a campanha dos prefeituráveis, o que não inclui o número de profissionais que cada candidato à vereança contratou para sua própria campanha.
Um dos partidos procurados pela reportagem de A Plateia informou que os trabalhadores recebem cerca de R$500,00 por mês para cumprirem jornada de seis dias por semana, além de receberem vale-transporte e vale-refeição. Um segundo partido preferiu não informar valores, mas relatou que os militantes trabalham somente das 14h30 às 18h, de segunda a sexta-feira. Um terceiro coordenador de campanha informou que o pagamento é realizado por semana, aos 50 contratados pela majoritária. No entanto, ele estima que entre as pessoas contratadas pelos próprios vereadores, esse número chegue a 100.
Outro coordenador de campanha relatou que os trabalhadores remunerados são em número reduzido, uma vez que a maioria dos militantes trabalha sem remuneração, “por amor à camiseta”.
Renda extra garante compras do dia a dia
Para a maioria dos militantes, salário cobre compras como pão e leite
As amigas Luciana Silva e Aline Muniz fazem panfletagem no centro da cidade para garantir renda extra em casa, uma vez que ambas estão desempregadas. “É bom para ganharmos um dinheirinho a mais e pela companhia dos amigos. Somos uma turma de 8 amigos que trabalha nessa área”, contam as meninas.
Outro grande grupo afirmou que trabalha porque conhece e admira o candidato a prefeito para o qual faz campanha, além, é claro, da renda extra. “Com esse dinheiro dá pra garantir o pão e o leite”, contam.
O que o grupo lamentou foi a competitividade excessiva existente entre os militantes de um partido para com o de oposição. “Eles vêm, querer brigar conosco, mas se estamos todos trabalhando, não temos porque brigar”, consideram.
O lado bom, segundo eles, é a amizade entre os colegas, além de poder conhecer muitas pessoas e conversar com quem se disponibilizar. “Pena que nem todos entendem que estamos apenas trabalhando e não merecemos ouvir reclamações e desaforos por causa da bandeira que seguramos”, relataram.
Por Viviane Alves Telles
viviane@jornalaplateia.com