A expectativa pelo desfile

Evonilda Maciel Scasso e Edite Costa Rodrigues

Com uma hora de antecedência, as pessoas já tomavam os assentos das arquibancadas montadas no Largo Hugolino Andrade, já que para muitos vale a pena chegar cedo e pegar um lugar bom para conferir o desfile da Semana Farroupilha, seguindo as tradições gaúchas, e homenagear este Estado de Chimangos e Maragatos. Vale de tudo: levar cadeira, chimarrão, toda a família e até mesmo o animal de estimação, para assim não perder um minuto desta festividade, que faz parte de nossas tradições, entra em nossas casas e em nossos corações, nos enchendo de emoção.

As senhoras Evonilda Maciel Scasso e Edite Costa Rodrigues chegaram à Rua dos Andradas para assistir ao desfile por volta das 8h50. Elas comentaram que adoram assistir ao desfile todos os anos, e acompanham do início ao fim. Para elas, conferir os festejos é muito importante, pois são gaúchas e é fundamental cultivar as tradições. Dona Evonilda ainda diz que acha uma injustiça o resto de nosso País não divulgar as nossas festividades, pois a nossa tradição é uma das mais lindas que existe no Brasil.

O senhor Rodi Saper admira o desfile que passa em frente a sua sacada

Para quem mora na rota do desfile é um privilégio poder assisti-lo de camarote, à vontade em sua própria casa. É assim que se sente o senhor Rodi Saper, que mora há 10 anos no centro da cidade. Ele conta que quando não residia na Rua dos Andradas, sempre acompanhava o desfile de pé, aplaudindo os gaúchos. “Além de ser um privilégio, é muito cômodo, pois gosto muito de assistir, apesar de nunca ter desfilado”, conta ele.

Personagens do desfile 

Durante a concentração das entidades tradicionalistas, vários personagens se destacaram, em cavalos, caminhões e charretes. Enquanto aguardavam para adentrar na Rua dos Andradas, várias pessoas posaram para as lentes de A Plateia e conversaram com a reportagem, que por lá esteve. Confira algumas histórias. 

Carros temáticos do CTG Presilha do Pago

Um dos carros temáticos do CTG Presilha do Pago, que teve como tema “Nossas Riquezas”, e que chamou a atenção, foi “Hortifrutigranjeiro”, que trouxe a fartura das plantações do município, com o motorista da máquina agrícola, Régis Braz, e o agricultor Alexandre Trindade.
O capataz do CTG Crioulos da Fronteira, Erni Rodrigues, junto ao componente Janer da Rocha Furtado, comentou sobre a expectativa da espera do desfile: “Durante a concentração, temos que

deixar tudo certo, acertar os últimos detalhes para que saia tudo certo”. Eles, que todos os anos desfilam, contam que dá um certo nervosismo, uma ansiedade antes da hora de desfilar, mas depois que começa o desfile é só alegria, mantendo a tradição do Rio Grande.

O “Laçador” Agustinho Filho, desfilando para o CTG Ponteiros do Rio Grande, mostrou a alegria de estar presente na maior festa do Rio Grande do Sul.

O “papai” Peterson Luciano levou seus filhos, Daniely e Rodrigo, para conferirem o desfile do 20 de Setembro. Ele conta que todos os anos gosta de assistir ao desfile para prestigiar as tradições de nosso Estado. 
O simpático casal Nina e Erico Braz chegou à Andradas por volta das 8h, munido de cadeiras de praia que acomodaram à beira da

O capataz do CTG Crioulos da Fronteira, Erni Rodrigues

calçada. Segundo eles, o motivo de ter chegado com uma hora de antecedência ao local do desfile é para encontrar lugar com melhor visibilidade. “Todos os anos viemos assistir. O desfile é muito bom, pois valoriza nossa cultura e tradição”, disseram. 
O trio composto pelos irmãos Anderson (9 anos) e Andrei Maciel Scasso (16 anos), e o primo, Ronald Azevedo (12 anos), preferiu um lugar mais alto para assistir ao desfile de cavaleiros: o muro de uma residência. “Aqui é melhor de ver nossos conhecidos que vão passar”, contaram. Para eles, a melhor parte do desfile é os cavalos. 
Apesar de estar em seus últimos dias de gravidez, Carla Pires não perdeu a oportunidade de prestigiar um dos maiores espetáculos da tradição gaúcha. “O desfile temático está muito bonito, vi bastante qualidade em todas as entidades tradicionalistas”, avaliou. Com Carla, estava sua prima Raquel Fernandes, com sua pequena filha Fernanda, de 11 meses. Residindo na cidade de Bagé, ela vem todos os anos prestigiar seu pai no desfile.

Maria Angela Galvão e Carmen Lucia Santos da Silva desfilaram no caminhão que representava a riqueza da raça ovina. Artesãs de profissão, elas representaram o que fazem na vida real: trabalho em tecelagem. “Aproveitamos as riquezas naturais do pampa, como o beneficiamento da lã, que proporciona renda, ou seja, sobrevivemos disso”, declararam. 

Para o tradicionalista Nei Chaves, a expectativa na concentração para o desfile era grande. Segundo ele, a Semana Farroupilha é mais atrativa para trabalhadores do campo, como ele, que vem para a cidade desfilar há cerca de 16 anos.
Leisimar Dubal de Lima desfila há 15 anos, e seu filho, Anderson (4 anos), desde que nasceu. Segundo a mãe, Anderson gosta de desfilar porque adora andar a cavalo. Para ela, a prática não representa perigo para o filho, pois o menino é acostumado a cavalgar. “O cavalo é manso e é importante a criança saber dominar o animal”, acredita.

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