Retorno, com profissão definida e sociedade em família para viver em Livramento

Felizmente, a cada dia, aumenta o número de santanenses que conseguem voltar a sua cidade natal, atraídos pelas boas oportunidades de emprego e de recomeçar a vida

A arte herdada do pai, garante o sustento da família de Jonas, aqui em Livramento

A tristeza de partir só não supera a alegria de poder voltar para casa. Com essa máxima, duas entre tantas jovens famílias santanenses podem contar hoje sua história. Há alguns anos, Livramento via seu comércio – maior fornecedor de empregos na cidade – fechar cada vez mais suas portas para seus filhos, aos quais não restava outra possibilidade senão tentar a sorte longe da Fronteira. Muitos desses santanenses estão tendo a oportunidade de voltar ao aconchego de sua querência natal. À frente da primeira destas famílias, está Jonas De Moraes, 31 anos de idade. Junto com sua esposa, Silvia Cabrera de Moraes, foi embora de Livramento no ano de 2003. Na bagagem, muitas incertezas e a busca por uma oportunidade de emprego. “Fomos para Caxias do Sul, e no segundo dia já estava empregado. Enquanto estive lá, passei por três metalúrgicas e uma montadora, fiquei naquela cidade por seis anos e agora já fazem três anos que estou de volta a Livramento. Voltei porque a vida aqui é mais fácil, conversamos com as pessoas na rua, e lá você passa todo dia trabalhando”, relata. Depois de três anos na cidade, o casal teve as gêmeas Suelen e Sara, de seis anos de idade. A profissão e a atividade que desenvolve hoje na cidade, Jonas herdou do pai, e desde os nove anos de idade já sabia das lidas com o artesanato em couro para montarias e pilchas. “Voltei com a intenção de trabalhar com o artesanato em couro e deu certo, pois a cidade está crescendo e as oportunidades foram aparecendo, temos muitos turistas e as pessoas da cidade são grandes consumidoras de artigos em couro”, completa. Entre os produtos mais consumidos, estão os artigos de montaria, sempre personalizados.

Neste retorno à cidade, Jonas destacou que a principal conquista é no sentido religioso. “Sou evangélico e passei a frequentar muito mais a igreja e aumentou muito mais a minha fé, desde que voltei para Livramento. A fé que eu tinha em Deus foi multiplicada. Eu voltei sem garantia alguma que poderia dar certo, mas Deus proveu as minhas necessidades e nos deu a vitória”, finaliza.

Retorno, com profissão definida e sociedade em família para viver em Livramento

Depois de dez anos fora de Livramento, Gildásio Moreira volta com família constituída e para trabalhar com irmão mais velho

Viver por quase dez anos fora da cidade rendeu uma profissão e também a sociedade em família para Gildasio

Nossa segunda história conta as idas e vindas da vida de Gildásio Motta de Moraes, 34 anos, que apesar do mesmo sobrenome do primeiro entrevistado, não tem com ele parentesco. Gildasio deixou a cidade em 2002 para morar e trabalhar na cidade de Caxias do Sul. “Deixei Livramento pela falta de oportunidades e resolvi buscar um outro recurso, sem ter sequer uma profissão definida. A atividade que exerço hoje, aprendi fora daqui”, destaca.

Depois de quatro dias na cidade da região da Serra, já estava empregado. “Trabalhei por quase três anos em um posto de gasolina e depois sai, buscando melhorar de vida, e passei a trabalhar em uma metalúrgica. Trabalhei nesse local por cinco anos”, comenta.

Sua esposa trabalhou por cinco anos como atendente de farmácia e, depois desse tempo, também passou a trabalhar na metalúrgica, “para poder ter os fins de semana livre”, completa.

Família pesou na decisão 

Gildásio destacou que para a decisão de retornar à cidade, pesou muito a distância da família. “Viver longe dos familiares é complicado. Depois que consegui juntar algum dinheiro, comprei as ferramentas necessárias e abri uma serralheria em sociedade com meu irmão mais velho. Também porque Livramento cresceu bastante e, pelo que vejo, tem muito ainda para crescer. Hoje, estou vendo aqui muito mais oportunidades para os jovens do que na época em que tive que ir embora tentar a sorte em outra cidade”.

Questionado sobre se a mesma situação se apresentasse nos dias de hoje, qual seria a sua decisão, Gildásio destacou que, possivelmente, decidiria de outra forma. “Com certeza, não iria embora. Quando a gente sai daqui da cidade, sente a falta dos familiares, dos amigos e da relação que os santanenses têm uns com os outros. Aqui todo mundo se cumprimenta na rua, fora daqui ninguém é assim” finaliza.

Por Leo Silveira
leo.aplateia@hotmail.com

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