Governo do Estado lança o Polo Naval do Jacuí

Cerimônia no Palácio Piratini aconteceu na terça-feira

O Executivo gaúcho lançou, na terça-feira (21), em cerimônia no Palácio Piratini, o Polo Naval do Jacuí. O ato, que contou com a participação do governador Tarso Genro e da presidente da Petrobras, Maria da Graça Foster, consolida a posição do Rio Grande do Sul na indústria oceânica brasileira.

Um protocolo de intenções foi assinado com a empresa Iesa Petróleo e Gás, que irá investir R$ 100 milhões no município de Charqueadas na construção de uma unidade para atender uma encomenda de pelo menos US$ 720 milhões da Petrobras. De acordo com Tarso Genro, o Polo Naval do Jacuí é um símbolo do acerto da estratégia de desenvolvimento do Governo, esboçada desde o início da atual gestão. “Este polo não é produto da espontaneidade. É fruto de um planejamento ordenado, pensado e estruturado. Criamos uma alternativa de desenvolvimento em uma região que precisava de investimentos deste porte”, afirmou.

O governador lembrou a recente mudança realizada no Fundopem como uma das medidas tomadas para tornar o Estado ainda mais atraente para novos investimentos. Além do protocolo de intenções com a Iesa, Tarso também assinou acordos que irão garantir a instalação de mais dois projetos no Polo do Jacuí: o da Metasa (que produzirá as estruturas metálicas dos módulos de produção da Iesa), em Charqueadas; e o da Intecnial (que fabricará módulos elétricos), em Taquari. As duas empresas assinaram, durante o evento, um compromisso de financiamento com o Badesul.

Para a presidente da Petrobras, o Rio Grande do Sul está no caminho certo, e a maior empresa brasileira continua acreditando na indústria oceânica gaúcha. “Foi uma grande sacada do governador Tarso Genro este deslocamento para o Jacuí. Quando fica todo mundo no mesmo lugar, isso acaba gerando algum tipo de ineficiência”, disse Graça Foster.

A executiva garantiu que a estatal não irá abrir mão dos preços e dos prazos para o cumprimento dos contratos, mas assegurou que a indústria oceânica gaúcha tem condições de atender às exigências, inclusive a de presença de conteúdo local. “Do sucessoste que nasce agora”, disse Knijnik.

Ao agradecer o apoio do Governo do Estado, o presidente da Iesa Óleo e Gás, Valdir Carreiro, destacou a sinergia com a Secretaria de Desenvolvimento, com a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) e com a prefeitura de Charqueadas. “Queremos ser os indutores da viabilização do Polo Naval do Jacuí”, ressaltou. 

Investimento da Iesa no RS 

A Iesa Óleo e Gás assinou um contrato com a Petrobras para o fornecimento de módulos, produzidos a partir de Charqueadas. O valor total dos contratos é de US$ 720,4 milhões, podendo chegar a US$ 911,3 milhões. Serão fornecidos 24 módulos para seis plataformas.

O investimento da Iesa no RS, com 350 mil m² de terreno e 19 mil m² de área construída, é de R$ 100 milhões, onde serão gerados mais de 1,5 mil postos de trabalho. Os módulos serão empregados para compressão de gás, injeção de gás natural, e CO2 nos poços para incrementar a produção de petróleo e para exportação ao continente.

Além da Iesa e da UTC (investimento de R$ 118 milhões) que já assinaram a Licença de Instalação (LI) com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), empreendimentos como a Engecampo, Tomé Engenharia e Metasa, estão em processo de licenciamento. Outros municípios, ao longo da bacia do Rio Jacuí, banhadas pelo Rio Taquari, também dispõem de áreas voltadas para o desenvolvimento da Indústria Oceânica.

De acordo com o presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Marcus Coester, no Polo do Jacuí serão construídos os módulos que compõem a planta de processo para a plataforma de produção. “Em Rio Grande, onde há calados de 14 a 17 metros focamos investimentos para a construção de cascos para estaleiros. No Polo do Jacuí, que tem calados de 5 metros, o foco são empresas que produzem módulos, além dos subfornecedores”, explicou.

Coester ressaltou que a proximidade do Polo do Jacuí com a região Metropolitana é muito vantajosa. “Não apenas em termos de logística, mas principalmente em relação à quantidade e qualidade de mão de obra, um dos maiores desafios para a Indústria Oceânica”, salientou. O vice-presidente da AGDI, Aloísio Nóbrega, destacou que o Rio Grande do Sul é o segundo polo da indústria oceânica do Brasil, atrás somente do Rio de Janeiro. “Entretanto, nenhum outro Estado brasileiro tem uma indústria tão diversificada quanto à gaúcha, desde materiais leves a pesados, do parafuso ao casco, o que é fundamental para a sustentação e fortalecimento de toda a cadeia do setor”, afirmou.

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