Um louvor à democracia

Mais do que protagonizar uma etapa da história de Sant’Ana do Livramento os seis candidatos que participaram ontem do debate promovido pela rádio RCC FM, permitiram que fosse lançado um olhar mais audacioso para a própria essência da democracia. Mesmo em alguns momentos com ânimos mais exaltados, pois política é uma paixão, e como tal deve ser tratada e encarada, pois é dentro desse contexto que a própria essência de cidadania transcorre.

Seiva da realidade de transformação que a comunidade santanense deseja, a harmonia se faz fundamental, com os nervos controlados para permitir que a razão seja a tônica em cada processo, especialmente no que tange a estratégia.

Diante disso, fica a evidente a lição de urbanidade que as militâncias dos partidos permitiram na avenida Tamandaré na noite de ontem. Harmonizaram o espaço convivendo, mesmo divergentes de ideias, mas permitindo que essa fraternidade de interrelação fosse transmissível.

É uma lógica inegável que cada um dos militantes, independente da bandeira que carregava ou da ideologia que professa, está inserido de pleno na essência da democracia, no significado maior que traduz o povo como elemento gerador e formador daquilo que convencionou-se chamar de urbe. E, diante disso, entenda-se como também harmônica – distoante, propositiva e, por obviedade, natural – a constante mutabilidade do entendimento do ser humano, em que pese haver a necessidade de integrar-se politicamente, respeitar as diferenças, as posições e posturas ideológicas contrárias às suas.

Nessa seara, mais do que o debate, onde os candidatos opunham ideias, confrontavam argumentos, era o que ocorria nos bastidores o elemento a protagonizar uma realidade que, se bem aproveitada, traduz a hegemonia do sistema grego de urbanidade, o conceito traduzível de democracia, ou seja, o poder emana do povo e, em seu nome, será exercido. Necessidade natural para que a plenitude se confirme é, obviamente, que os diferentes tolerem os iguais e vice-versa, em um entendimento mais avançado, já que o arrojo é uma forma de entender essa condição.

Uma lição fica muito evidente.

Sant’Ana do Livramento tem condições plenas de ser construída de uma forma articulada pelos diferentes, em condições diferenciadas, sem prejuízo e com a participação, inclusive, dos iguais.

As lições que a democracia ensina podem custar a ser aprendidas, mas quando o são, torna-se permitido que o cidadão exerça, de pleno, a essência daquilo que convencionou-se chamar cidadania, a participação ativa, legalmente instituída de todos os processos, dentro de uma realidade plena de garantir deveres e direitos com equidade.

Assim, o debate foi importante por informar, porém, seu entorno consolida o pensamento de que, pós 7 de outubro, deve haver um entendimento convergente, o de que não existem mais partidos – ou seja, deixa o cidadão de ser comprometido com bandeiras de campanha e passa a comprometer-se tão somente com uma bandeira.

A bandeira de Sant’Ana.

Com um partido.

O Partido de Sant’Ana.

Pois é justamente esse o diferencial para aqueles que amam a política de forma a fazer com que a harmonia e o exercício da tolerância sejam, a seu modo, consolidadores do processo democrático e do debate.

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