Segurança

Entre tantas questões relevantes trazidas à luz dos debates durante uma campanha eleitoral de âmbito municipal, os problemas cotidianos vivenciados pela população na área da segurança acabam passando ao largo, sob a desculpa de que se trata de atribuição constitucional do Estado, e não do Município. Quando muito, em meio a uma relação de ações propostas pelos candidatos ou elencados pela própria comunidade como demanda coletiva, surge a questão da segurança relacionada com problemas na iluminação pública, o transporte ou outros serviços. Mas será que se pode realmente atribuir a questão da segurança exclusivamente à gestão da esfera estadual? A salvo alguns casos, já se provou cientificamente que o todo social influencia no comportamento das pessoas, muitas vezes levando à violência seja nas relações intra-familiares, seja na convivência no bar, na escola, no clube, no trabalho, no trânsito, na vizinhança… Violência essa que nem sempre está eivada de dolo, mas sim resulta de um somatório de condições negativas de vida, condições essas que são, sim, provocadas pelo ambiente pouco favorável no qual vive o cidadão – e ele vive é no município.

Daí a importância de que se discuta ações objetivas nessa área. Nada contra o reconhecido trabalho executado pelos órgãos estaduais, representados pela gloriosa Brigada Militar e pela Polícia Civil no Rio Grande do Sul. Mas são organismos que cumprem um planejamento de abrangência estadual. Praticamente o mesmo para os quase 500 município gaúchos. Quem sabe realmente o que cada comunidade precisa são os comandos locais, no máximo regionais – que, muitas vezes, não têm a força administrativa e muito menos política para atender as demandas pontuais. Esse é um hiato claramente perceptível entre o exercício das funções do Estado e do Município, com reflexos diretos no cotidiano da população. É comum ouvir-se eventuais comentários sobre a incapacidade de a BM, por exemplo, estar em diferentes lugares ao mesmo tempo, em razão da insuficiência de efetivo e/ou viaturas, e essa realidade tanto é conhecida quanto aceita pela população e pelas lideranças no âmbito municipal. A questão é que, entre essa limitação estrutural e a necessidade evidente da população, em termos de segurança, a comunidade acaba se ressentindo da carência nesse setor. Ações pontuais como as blitze que vêm sendo realizadas pela BM em diversos pontos da cidade transmitem à população uma positiva sensação de segurança, pela presença ostensiva do policiamento nas ruas da cidade. Essa é uma constatação lógica, a partir do momento em que fica evidenciada a necessidade do cidadão de usufruir do sentimento de segurança mediante ação do aparato policial. Brigada Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Federal, entre outros órgãos e instituições que atuam direta ou indiretamente, em conjugação com o sistema, têm desafios significativos e diários para cumprir seu papel de levar a segurança à população, como por exemplo reduzir os índices de abigeato. A presença policial parece ser o grande diferencial. Relatos do final de semana apontam, por exemplo, dão conta da presença constante do policiamento principalmente no centro da cidade, onde houve expressiva concentração de público por conta das festividades da Ovinoart e do aniversário da cidade. E isso transmite uma grande sensação de segurança. Então, por que não discutir, por exemplo, a possibilidade de criação de uma guarda municipal que complemente, no aspecto numérico da presença ostensiva dos agentes de segurança, o trabalho que já é desenvolvido com reconhecida competência pelos demais órgãos? Afinal de contas, esse é um interesse e uma necessidade do cidadão que mora no muncípio.

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