Pela manutenção da greve. Comando nacional visita a Unipampa Livramento

Professores decidem reprovar a proposta apresentada pelo governo federal e aulas ainda não têm data para reiniciar nos dez campi da Universidade Federal do Pampa

O comando de greve local esteve reunido com os integrantes do Comando Nacional da greve dos professores das universidades federais

“Boa parte das universidades federais em todo o Brasil já acenaram com a possibilidade de recusar a proposta que foi apresentada pelo governo federal e, portanto, há um forte indício de que a greve continue até que as nossas reivindicações sejam atendidas. O Governo nos fez uma proposta de redução de salários, e não de aumento, como está sendo veiculado em diversos meios de comunicação”. A afirmação foi do professor Daniel Luiz Nedel, Professor do Curso de Física no campus de Bagé da Unipampa, vice-presidente regional da ANDES (Sindicato Nacional), e diretor sindical. Para ele, a proposta pode ser considerada midiática por que a greve está muito forte. O Governo, em princípio, havia dito que não faria reunião mas, devido à força do movimento, eles apresentaram uma proposta que não traz novidades conceituais para a carreira, inclusive com pontos equivocados que já haviam sido rechaçados em outras oportunidades”, explicou ele. Daniel Luiz explicou que as diferenças que estão na proposta do governo indicam que não há mudança. “O governo quer que assinemos agora algo que só vai valer lá no futuro. Não somos gerenciadores, somos educadores. O governo insiste em aplicar a fórmula gerencial do setor de serviço. O governo também diz que vai dar 45% de aumento, o que é uma falácia, porque o valor correto seria 41% e é para apenas um setor, e não para os demais setores. É específico. Além disso, nem todo mundo pode ser titular, o que para nós é uma incongruência. Se fizermos uma previsão de inflação de junho de 2010 até junho de 2015, dá cerca de 35%. Se eu pego esse salário, lá de 2015, e comparo, por exemplo, com os valores de hoje, porque não posso comparar momentos diferentes na história, ao pegar essa projeção, isso equivale a 5,8% de aumento. Então essa classe de titular vai ganhar esse valor de aumento. Agora, se eu fizer o raciocínio para professores com mestrado, por exemplo, esse professor vai ganhar -1%. E nos outros casos os valores são negativos. Ou seja, para a imensa maioria dos professores, o governo está fazendo uma proposta de redução de salário”, disse ele. 

Volta às aulas 

O diretor do sindicato disse, ainda, que a questão da greve depende agora muito do governo, porque a discussão da carreira já se arrasta há três anos. “Fizemos a greve para provocar a discussão com o governo, que se nega a discutir. Dois meses de greve com um impacto imenso para a população e para apresentar uma proposta que não é nova, é complicado. Historicamente, a greve dos docentes não é corporativista, mas sim, pela educação. Precisamos de uma universidade que tenha outros elementos. Estamos colocando para o governo que esse tipo de expansão da educação não é o que nós queremos. Tem questões de melhorias para os alunos que precisam ser também debatidas. Temos que mostrar para a sociedade que não é natural a universidade ser assim”, afirmou. Nesta segunda-feira, uma nova reunião entre o comando de greve e o governo federal deverá acontecer em Brasília. Ao falar do reinício das aulas, Daniel Luiz diz que até o momento a decisão das bases é pela manutenção da greve uma vez que a proposta foi reprovada.

Cleizer Maciel
cleizermaciel@jornalaplateia.com 

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.