Ossada que aparece em lixão pode ter saído do cemitério municipal
Restos poderiam ter sido retirados do “ossário” em Livramento e jogados “por engano” no lixo levado para aterro em São Gabriel
Está cercado de mistério o aparecimento de uma ossada humana no aterro sanitário de São Gabriel, para onde é levado diariamente o lixo domiciliar e de empresas recolhido em várias cidades da região, incluindo Sant’Ana do Livramento. Junto com os restos mortais, foi encontrada uma placa de madeira com o nome de um taxista assassinado em 2001 na fronteira e que se encontrava sepultado no Cemitério Público Municipal de Livramento.
Os restos mortais foram encontrados no lixão por catadores integrantes de uma cooperativa de trabalhadores que atua na reciclagem de resíduos e o fato foi denunciado pelo blog N1 Notícias, ligado ao jornal O Imparcial, de São Gabriel, no dia 22 de junho, provocvando a imediata mobilização da Polícia Civil daquela cidade. A notícia abordou a localização dos restos mortais como sendo uma possível “desova” de ossadas humanas no lixão de São Gabriel, localizado entre a zona urbana e rural, no Corredor da Balança.
Como resultado da divulgação, o delegado titular da DP de São Gabriel, Jader Ribeiro Duarte, determinou o imediato isolamento da área onde a ossada teria sido encontrada. Durante esta semana, policiais e peritos do IGP estiveram no local, mas algumas partes da ossada, como o crânio, teriam se perdido em meio ao lixo.
Segundo o jornal on line, ainda, funcionários da Secretaria Municipal da Fazenda de Livramento foram até São Gabriel para acompanhar as buscas, uma vez que existe a possibilidade de que a ossada tenha sido levada do Cemitério Público Municipal local. O secretário municipal de Administração, Eder Fialho, confirmou ontem que já foi aberta uma sindicância no Cemitério Municipal para apurar o fato. Ele já entrou em contato com a família do taxista a quem supostamente pertenceu a ossada encontrada em São Gabriel.
Inicialmente, embora a ocorrência ainda deva ser melhor apurada, as primeiras informações colhidas por ele dão conta de que tenha ocorrido uma confusão durante uma limpeza no ossário onde ficam depositados os restos mortais de pessoas cujos túmulos são exumados no Cemitério local. A norma é que, no caso de que os responsáveis não retirem os restos mortais de seus entes queridos no prazo de cinco anos, o Município fica automaticamente autorizado a fazer a exumação e recolher os restos, devidamente identificados em saco próprio, inicialmente para o ossário, durante um ano e à disposição dos familiares, e depois para uma vala comum, caso a ossada não seja reclamada.
No caso dos restos encontrados no lixão de São Gabriel, existe a possibilidade de que o saco, que se encontrava no ossário desde agosto do ano passado, tenha sido retirado do local durante uma limpeza e deixado do lado de fora, junto com outras ossadas que após foram guardadas. Por engano, o saco com a ossada do taxista pode ter sido retirada do local junto com os sacos de lixo retirados do ossário. A própria notícia divulgada pelo site de São Gabriel informa que “os ossos vieram parar em São Gabriel depois que o cemitério santanense passou por uma limpeza. Algumas ossadas foram retirados do ossário (elas já haviam sido retiradas das gavetas “túmulos”) e por descuido teriam sido misturadas com o lixo”.
A matéria informa ainda que a Polícia Civil investiga dois casos semelhantes contra a administração do cemitério local. Ouvido pela reportagem de A Plateia, ontem, o delegado regional de Polícia, Eduardo Sant’Anna Finn, disse que recebe informações sobre a investigação, mas o trabalho está sendo todo coordenado pelo delegado Jader. Nesta semana, a Polícia Civil de São Gabriel encaminhará os ossos para o Instituto Geral de Perícias-IGP, em Porto Alegre, com 0 objetivo de confirmar se a ossada é realmente de taxista assassinado em 2001 em Livramento.
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