Cade aprova troca de ativos entre BRF e Marfrig

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, nesta quarta-feira, o acordo de troca de ativos entre as processadoras de alimentos Brasil Foods (BRF) e Marfrig. O acordo entre as duas companhias foi feito dentro do compromisso assumido pela BRF junto ao órgão antitruste brasileiro para a aprovação da aquisição da Sadia pela Perdigão, que deu origem à companhia. Com o compromisso assumido pela BRF, o Cade evitou grande concentração de produtos da empresa em alguns mercados. A Marfrig, que cedeu à BRF ativos na Argentina, terá um ganho de participação em segmentos de produtos de carnes no mercado interno. O conselheiro do Cade, Ricardo Ruiz, disse que a transferência envolve um complexo conjunto de fábricas, abatedouros, granjas, centros de distribuição e cerca de 8 mil funcionários.

O conjunto, segundo ele, está em acordo com o que estava previsto no acordo fechado com o Cade em julho passado, quando a formação da Brasil Foods foi autorizada.

Ele lembrou que, além das unidades fabris, foram transferidas para a Marfrig marcas relacionadas às linhas de produção, como a Rezende, Texas Burguer e Confiança.

“Cuidamos para que estas marcas não perdessem share (participação) antes da transferência”, disse Ruiz, destacando que, depois de transferidas, as marcas já entram “rodando”, ou seja, permanecem no mercado e continuarão disponíveis quando suas cadeias de produção ficarem sob controle da Marfrig.

O anúncio de um acordo para a troca de ativos foi feito no fim do ano passado.

Na ocasião, o presidente da Marfrig, Marcos Molina, disse que a operação permitiria à companhia elevar sua participação de mercado em industrializados de carnes suína e de aves, de 9 para 21 por cento no Brasil. Ele lembrou que, ao mesmo tempo, a BRF fortalecerá sua posição na Argentina.

O negócio prevê que, além da troca de ativos, a Marfrig fará um pagamento adicional de 350 milhões de reais. Deste total, 100 milhões de reais serão pagos entre os meses de junho e outubro de 2012. Os 250 milhões de reais restantes, em 72 parcelas mensais com juros de mercado.

Além disso, após o período de arrendamento, a Marfrig deverá pagar 188 milhões de reais caso opte por exercer a opção de compra referente à planta industrial de suínos de Carambeí.

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