“Poncho Pátria” vence na volta do festival Um Canto para Martin Fierro
Evento encerrou na madrugada de ontem com a entrega da premiação e confirmação da 13 edição
Festival teve uma superestrutura montada no Parque Internacional, exatamente sobre a “divisa” que une Brasil e Uruguai na Fronteira da Paz
Foram três noites de música, poesia, cantoria e contato direto com alguns dos maiores nomes em atividade e responsáveis pela manutenção do cancioneiro do Rio Grande do Sul, especialmente no que tange a música nativista. Durante muitas horas, o público de Sant’Ana do Livramento e de diversas cidades da região, além de visitantes de outros estados e do Uruguai, tiveram a oportunidade de servir como testemunhas do retorno de um dos mais aclamados festivais de música nativista do Sul do Brasil. A 12ª edição do Festival de Fronteira Um Canto para Martin Fierro, novamente trouxe ao público e comissão julgadora, algumas de suas características e marca registrada, a perfeita integração entre dois idiomas, o português e o espanhol. Para o presidente da 1ª edição do Festival de Música e Dança do Mercosul, Sérgio Aragon, evento que estreou abrigando Um Canto Para Martin Fierro, a comprovação do sucesso do evento realizado pela Prefeitura Municipal, se deu através da presença forte e significativa do público que aprovou o evento e compareceu todas as noites. “Estamos todos muito felizes com os resultados obtidos e o sucesso do evento é a prova de que se trabalharmos juntos, as coisas podem, e acontecerão, mais vezes e em escalas cada vez maiores aqui em Sant’Ana do Livramento”, frisou Sérgio Aragon.
Presença anual
Para o presidente do Festival de Fronteira Um Canto Para Martin Fierro, o retorno do evento ao cenário gaúcho está consolidado e espanta de vez as especulações sobre o seu possível retorno ao circuito dos festivais. “O nosso festival está de volta. Brindemos pois, este é um evento que pertence a todo o povo de Sant’Ana do Livramento e a partir de agora voltará novamente a marcar presença todos os anos fazendo reverberar toda a sua capacidade de encantamento e dando eco às vozes de cantores que interpretam a boa poesia da pampa Gaúcha”, frisou Carlinhos Fernandes.
O primeiro lugar, pela primeira vez
Jari Terres emplacou o primeiro lugar no festival, depois de acumular resultados menores
Uma reverência a um dos acessórios mais fieis do gaucho acostumado a enfrentar geadas ao iniciar novas jornadas no fim de cada madrugada. A composição Poncho Pátria, do poeta da cidade de Rio Grande, Sergio Carvalho Pereira, que já havia vendido o festival com a composição chamada o Evangelho Segundo Martin Fierro, voltou a ocupar o primeiro lugar com um trabalho que empolgou os jurados levando boa parte da premiação oferecida na 12 ª edição do Festival de Fronteira Um Canto Para Martin Fierro. Antes do anúncio oficial feito pela apresentadora Shana Muller, nos bastidores Jari Terres, que interpretou a composição ao lado de Gustavo Teixeira, torcia pela confirmação do resultado que veio instantes a seguir sob os aplausos do público que aguardou pacientemente pelo encerramento do evento. Assim, com o reconhecimento do trabalho de poetas, intérpretes, instrumentistas, público e comissão organizadora do evento, findou mais uma edição do Martin Fierro, Festival de Fronteira que já teve a confirmação da realização da 13ª edição que ocorrerá em 2013.
Momentos de emoção, beleza e solidariedade
A 12ª edição do Festival de Fronteira Um Canto para Martin Fierro conseguiu reunir tudo de bom que se pode esperar de um grande evento musical custeado por recursos públicos. O público teve a oportunidade de conferir qualidade técnica e as mais avançadas novidades tecnológicas aliados à sensibilidade dos artistas e à emoção das pessoas que lotaram o complexo montado no Parque Internacional. Paralelamente a tudo isso, o festival permitiu a contribuição dos santanenses através da doação de alimentos não perecíveis.
Em três noites da realização do evento, mais de 5 toneladas de alimentos foram arrecadados. Para o secretário geral de governo e presidente da 1ª edição do Festival do Mercosul de Música e Dança, Sérgio Aragón, essa foi uma mostra do comprometimento da organização com as coisas que são do interesse da comunidade santanense. “Esta ação de responsabilidade social merece que nos curvemos e aplaudamos as pessoas que gentilmente entenderam o chamado e doaram quilos e mais quilos de alimentos”, disse. “Só nos resta dizer muito obrigado a todo o público. É um evento cultural sim, mas que jamais pode esquecer o potencial e capacidade que tem de mobilizar pessoas”, destacou o presidente do Festival, Carlinhos Fernandes.
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Estive lá no domingo, minha filha ia dançar. Levei minha sogra de 78 anos para assistir, ela adora, mas fiquei surpresa ao constatar que as pessoas se aglomeraram ao redor do palco, em pé, impedindo aos que estavam na parte mais baixa da arquibancada de assistir o evento. Foi o que aconteceu com minha sogra. Fica a sugestão para o próximo evento: ao redor do palco coloquem cadeiras com lugares reservados principalmente, a deficientes e idosos para que essas pessoas tenham acesso ao evento e, ao mesmso tempo vai dar visibilidade aos que estão sentados na arquibancada. O ingresso continua sendo o alimento. Não vai custar nada, ao contrário, vai aumentar a arrecadação de alimentos para doação. O telão ajuda mas, para um idoso, não é a mesma coisa.